quinta-feira, 26 de abril de 2007

SISTEMA CARDIOVASCULAR


CORAÇÃO

O coração é um órgão muscular oco que se localiza no meio do peito, sob o osso esterno, ligeiramente deslocado para a esquerda.
O coração humano, como o dos demais mamíferos, apresenta quatro cavidades: duas superiores, denominadas átrios (ou aurículas) e duas inferiores, denominadas ventrículos. O átrio direito comunica-se com o ventrículo direito através da válvula tricúspide. O átrio esquerdo, por sua vez, comunica-se com o ventrículo esquerdo através da válvula bicúspide ou mitral.A função das válvulas cardíacas é garantir que o sangue siga uma única direção, sempre dos átrios para os ventrículos.O processo de contração de cada câmara denomina-se sístole. O relaxamento, que acontece entre uma sístole e a seguinte, é a diástole.

CIRCULAÇÃO SANGÜÍNEA

FUNÇÃO DA CIRCULAÇÃO:
Atender as necessidades dos tecidos;
Transportar nutrientes para os tecidos;
Transportar produtos finais do metabolismo para longe dos tecidos;
Transportar hormônios de uma parte do corpo para outra.
Manter ambiente adequado nos líquidos teciduais, para a sobrevida e funcionamento das células.
SANGUE

O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em uma pessoa normal sadia, cerca de 45% do volume de seu sangue são células (a maioria de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares. Este movimento circulatório do sangue ocorre devido à atividade coordenada do coração, pulmões e das paredes dos vasos sanguíneos. O sangue transporta ainda muitos sais e substâncias orgânicas dissolvidas. No interior de muitos ossos, há cavidades preenchidas por um tecido macio, a medula óssea vermelha, onde são produzidas as células do sangue: hemácias, leucócitos e plaquetas.
Glóbulos vermelhos: os glóbulos vermelhos são corpúsculos vermelhos do sangue. Um milímetro cúbico do sangue contém cerca de cinco milhões de corpúsculos ou glóbulos vermelhos, chamados também de eritrócitos ou hemácias. Uma variação de 4 a 6 milhões é considerada normal e uma de 8 milhões pode ser encontrada em indivíduos que vivem em regiões de grande altitude. Esse número pode ser menor que 1 milhão em caso de anemia grave. Os glóbulos vermelhos contêm hemoglobina.

Hemoglobina: a hemoglobina é constituída por um pigmento vermelho chamado heme, que dá a cor vermelha característica do sangue. É um pigmento especial predominante no sangue, cuja função é transportar o oxigênio. Transporta o oxigênio dos pulmões até os tecidos do corpo. Depois, inverte sua função e recolhe o dióxido de carbono, transportando-o até os pulmões para ser expirado.

Plaquetas: as plaquetas são pequenas massas protoplásticas anucleares, que aderem à superfície interna da parede dos vasos sanguíneos no lugar de uma lesão e fecham o defeito da parede vascular. Tem cerca de 200.000 a 300.000 plaquetas, denominadas trombócitos, no sangue.

Glóbulos Brancos: no sangue, temos de 5.000 a 10.000 corpúsculos ou glóbulos brancos (células brancas do sangue), que recebem o nome de leucócitos. De 4.000 a 11.000 glóbulos brancos por mm3. São de vários tipos principais:
Neutrófilos - Que fagocitam e destroem bactérias;
Eosinófilos - Que aumentam seu número e se ativam na presença de certas infecções e alergias; Basófilos - Que segregam substâncias como a heparina, de propriedades anticoagulantes, e a histamina;
Linfócitos - Que desempenham um papel importante na produção de anticorpos e na imunidade celular; Monócitos - Que digerem substâncias estranhas não bacterianas.

VASOS SANGÜÍNEOS: Atuam como sistema fechado de condutos passivos, que leva sangue aos tecidos , onde os nutrientes e os produtos finais do metabolismo são trocados, e promove-lhe o retorno. Participam ativamente da regulação do fluxo sangüíneos para os órgãos.

O CIRCUITO
sangue oxigenado enche o ventrículo esquerdo.
­Sangue é ejetado do ventrículo esquerdo para a aorta.
O débito cardíaco é distribuído pelos diversos órgãos.
O fluxo sangüíneo dos órgãos é coletado pelas veias.
Retorno venoso para o átrio direito.
Sangue misto enche o ventrículo direito para a artéria.
O sangue é ejetado pelo ventrículo direito para as artérias pulmonar.
O fluxo sangüíneo dos pulmões retorna ao coração por meio das veias pulmonar.

HEMODINÂMICA

Este termo designa os princípios que governam o fluxo sangüíneo, no sistema vascular. Estes princípios físicos são os mesmos que se aplicam ao movimento dos fluidos em geral.
Os conceitos de fluxo, pressão, resistência e capacitância são aplicados ao fluxo sangüíneo para o coração e do coração para os vasos.

TIPOS E CARACTERÍSTICA DOS VASOS SANGÜÍNEOS

ARTÉRIAS:

· A aorta é a maior delas;
· Artérias médias e pequenas se ramificam das da aorta;
· A função das artérias é levar sangue oxigenado para os órgãos.
· São estruturas com paredes grossas e extenso desenvolvimento de tecido elástico, músculo liso e tecido conjuntivo.
· A espessura da parede da arterial é característica especial pois recebem sangue diretamente do coração e estão submetidas a altas pressões atuantes sobre os vasos sangüíneos.
· O volume de sangue, contido nas artérias é chamado de volume estressado
( significando que o volume de sangue está submetido a altas pressões).

ARTERÍOLAS:
· São os menores vasos arteriais.
· Suas paredes apresentam extenso desenvolvimento do músculo liso e estas paredes estão tonicamente ativas (sempre contraído).
· São locais de alta resistência ao fluxo sangüíneo.
· São amplamente inervados por fibras nervosas simpáticas ( Adrenérgica a , b 2 e colinérgicos muscarínicos).

CAPILARES:
· Os capilares são estruturas de paredes muito delgadas, revestida de um só camada de células endoteliais, circundada por uma lâmina basal.
· Os capilares são os locais onde os nutrientes, gases, água e solutos são trocados entre sangue e os tecidos.
· As substâncias lipossolúveis ( O2 CO2) cruzam a parede do capilar por se dissolverem e se difundirem pelas membranas das células endoteliais.
· As substâncias hidrossolúveis (íons) cruzam as paredes do capilar por meio de fenda (espaços) entre células endoteliais ou por grandes poros (capilares fenestrados).
· Nem todos os capilares são todo tempo perfundidos com sangue. Ocorre perfusão seletiva dos leitos capilares dependendo das necessidades metabólicas dos tecidos.

VÊNULAS E VEIAS:
· As vênulas são estruturas de paredes finas.
· As veias são formadas pela camada usual de células endoteliais e pequenas quantidades de tecido elástico, músculo liso e tecido conjuntivo.
· As veias têm capacitância muito grande (capacidade para armazenar sangue).
· As veias contêm a maior porcentagem de sangue de todo sistema cardiovascular.
· a porcentagem de sangue contido nas veias é chamado volume não-estressado (submetido a baixas pressões).
· O músculo liso das paredes das veias como o das arteríolas é inervado por fibras nervosas simpáticas. O ­ da atividade nervosa simpática provoca contração das veias assim reduz a capacitância e por conseguinte reduz o volume não estressado.

CIRCULAÇÃO PORTAL
A circulação portal é um sistema auxiliar do sistema nervoso. Um certo volume de sangue procedente do intestino é transportado para o fígado, onde ocorrem mudanças importantes no sangue, incorporando-o à circulação geral até a aurícula direita.

CIRCULAÇÃO PULMONAR
O sangue procedente de todo o organismo chega à aurícula direita através de duas veias principais; a veia cava superior e a veia cava inferior. Quando a aurícula direita se contrai, impulsiona o sangue através de um orifício até o ventrículo direito. A contração deste ventrículo conduz o sangue para os pulmões, onde é oxigenado. Depois, ele regressa ao coração na aurícula esquerda. Quando esta cavidade se contrai, o sangue passa para o ventrículo esquerdo e dali, para a aorta, graças à contração ventricular.

CIRCULAÇÃO LINFÁTICA
A diferença de pressão na parte do capilar que conduz sangue arterial é maior que a diferença no lado venoso, sendo assim, a quantidade de líquido que sai do capilar é maior do que a quantidade que volta, então o excesso de líquido que sai do capilar é maior do que a quantidade que volta.

FUNÇÕES DA LINFA
Recolher proteínas que podem vazar dos capilares devolvendo-as ao sangue.
Absorve gorduras do intestino além de defesas.

A ATIVIDADE ELÉTRICA DO CORAÇÃO

Nódulo sinoatrial (SA) ou marcapasso ou nó sino-atrial: região especial do coração, que controla a freqüência cardíaca. Localiza-se perto da junção entre o átrio direito e a veia cava superior e é constituído por um aglomerado de células musculares especializadas. Devido ao fato do nódulo sinoatrial possuir uma freqüência rítmica mais rápida em relação às outras partes do coração, os impulsos originados do nódulo SA espalham-se para os átrios e ventrículos, estimulando essas áreas tão rapidamente, de modo que o ritmo do nódulo SA torna-se o ritmo de todo o coração; por isso é chamado marcapasso.Sistema De Purkinje: embora o impulso cardíaco possa percorrer perfeitamente todas as fibras musculares cardíacas, o coração possui um sistema especial de condução denominado sistema de Purkinje.

ATUAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO NO CORAÇÃO

O sistemanervoso que atua no coração é o sistema nervoso autonomico simpatico e parassimpatico. Simpatico: taquicardia( aumento da frequencia cardiaca), aumento da força de contração,aumento do fluxo sangüíneo através dos vasos coronários visando a suprir o aumento da nutrição do músculo cardíaco(diminuição do debito). O simpatico atua no processo de luta ou fuga. Quando a disturbios fisiologicos como hipertensão a descarga simpatica fica aumentada. Parassimpatico:bradicardia(diminuição da frequencia cardiaca), diminuição da força de contração, diminuição do debito cardiaco. O parassimpatico geralmente atua nos processos de repouso. Na hipotensão o parassimpatico tem predominancia em relação ao simpatico.

REFERÊNCIA:

Conteúdo retirado do material didático da professora Edlene Felix.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

SISTEMA MUSCULAR


SISTEMA MUSCULAR

O TECIDO MUSCULAR É DIVIDIDO EM 3 TIPOS:
LISO: reveste os órgãos internos e são contraídos involuntários.
CARDIACO: miocárdio músculo do coração
ESQUELETICO: são contraídos voluntariament.

SARCOLEMA: é a membrana celular da fibra muscular. É formado por uma verdadeira membrana celular, chamanda de membrana plasmática. Na extremidade da fibra muscular , as fibras tendinosas se unem, formando feixes, até comporem um tendão muscular que se insere no osso.
MIOFIBRILAS: miosina e actina. As faixas claras só contem filamentos de actina, e as faixas escuras contem os filamentos de miosina. Disco Z a partir desse disco, os filamentos se estendem, nas duas direções, para se interdigitar com os filamentos de miosina. Essas faixas dão ao músculo esquelético e cardíaco sua aparência estriada. A região entre 2 linhas Z é chamada de sarcômero.
SARCOPLASMA: as miofibrilas, no interior da fibra muscular, ficam suspensas em uma matriz, chamada de sarcoplasma. O liquido do sarcoplams contem muito K+ e Mg2+, fosfato e enzimas.
RETICULO SARCOPLASMATICO: é muito importante para o controle da contração.
O músculo é composto de fibras que podem ser finas, longas e multinucleadas. A contração ocorre devido ao deslizamento uns sobre os outros desses filamentos gerando uma tensão muscular. Tal evento ocorre inicialmente com um potencial elétrico de ação proveniente do neurônio motor da unidade motora.

ANATOMIA FUNCIONAL DO MUSCULO ESQUELETICO

FIBRA MUSCULAR ESQUELETICA: numerosa, no meio da fibra há uma única inervação.
SARCOLEMA= membrana celular da fibra.
MIOFIBRILA= unidade formadora das fibras musculares, composta por actina e miosina.
FAIXA I= só contem actina, são claras por serem isotrópicas.
FAIXA A = actina miosina, são onisotropica.
PONTES CRUZADAS= projeções dos filamentos fundamentais para contração.
DISCO Z = final das actinas transversais.


CONTRAÇÃO MUSCULAR

1.Os potenciais de ação se propagam ao longo do axônio. Essa propagação do potencial vai atingir a fenda pré - sináptica onde vai induzir abertura dos canais de cálcio, esse cálcio influi para a terminação, ao longo do seu gradiente eletroquímico.
2.A entrada de Ca2+, promove a liberação de acetilcolina, sintetizada e armazenada em vesículas neurais.
3.A Ach se difunde através da fenda sináptica até a pos – sináptica, onde se liga ao receptores nicotínicos, esse sendo ligando dependente. Essa ligação vai induzir modificação da estrutura do receptor onde vai gerar a ativação e induzindo a abertura dos canais de Na+ e K+ .
4.Quando os canais de Na+ e K+ , ele irão se difundir e o Na+ irá causar uma despolarização da placa motora gerando um potencial de ação que se propaga ao longo da fibra.
5.O potencial de ação despolariza a membrana da fibra muscular e também penetra profundamente no interior desta fibra, nos tubulus T, que se propagam rapidamente. Ai faz com que o reticulo sarcoplasmatico libere, par5a as miofibrilas grande quantidade de Ca2+, que fica armazenada em seu interior.
6.Os íons geram força atrativa entre os filamentos de actina e miosina, fazendo que deslizem-se uma sobre a outra, formando as pontes e containdo o músculo.
5.Essa placa só atinge o potencial de repouso quando a Ach é degradado em colina + acetato pela acetilcolinesterase. Aí o estimulo sendo cortado os inons de Ca2+ são bombeados de volta para o reticulo através da bomba de Ca2+, até que ocorra um novo potencial.
MIOSINA
Filamento grosso, possui uma cabeça(ATPasica) consumidora de ATP.
ACTINA
Filamento fino, composta de 3 porções: actina, troponina C, T e I e tropomiosina.

Obs: quanto mais foram as pontes cruzadas em contato com a actina, maior será a força de contração.

CLASSIFICAÇÃO DAS FIBRAS MUSCULARES
FIBRAS DE CONTRAÇÃO LENTA= tipo I ou vermelhas. Atividade aeróbica e endurance. São pequenas, inervada por fibras nervosa fina, vascularização bem mais extensa, numero grande de mitocôndria, contem grande quantidade de mioglobina.
FIBRAS DE CONTRAÇÃO RAPIDA= tipo II ou branca. Atividade anaeróbica, força e velocidade. Fibras maiores para uma força maior de contração, reticulo extenso, para liberar mais rápido o Ca2+, grande quantidade de enzimas glicoliticas, vascularização pouco extensa, pequeno numero de mitocôndria.
Tipo IIb = altamente grossa, forte e veloz, poder anaeróbico.
Tipo IIa = forte, veloz, anaeróbica, capacidade oxidativa.
Tipo IIc = força e velocidade razoável, capacidade oxidativa e aeróbica.
As fibras tipo I são inervadas por pequenos motorneuronios-alfa de condução lenta, que emite impulso continuo para a manutenção do tônus muscular, o que confere resistência. Já a tipo II são inervadas por grandes motoneuronios – alfa de condução rápida que emite impulso descontinuo, típico para desencadear uma atividade motora que exija força, velocidade ou potencia.

TIPOS DE CONTRAÇÃO MUSCULAR
ISOMETRICA OU ESTATICA = a tensão isométrica é caracterizada por um aumento da tensão da musculatura sem alteração do comprimento do músculo. Ex sólio.
ISOTONICA OU DINAMICA= a tensão isotônica é caracterizada pela alteração do comprimento muscular, onde a força excede a resistência provocando um movimento.
CONTRAÇÃO ISOTONICA + : concêntrica, caracterizada pelo encurtamento do comprimento do sarcômero.
CONTRAÇÃO ISOTONICA -: excêntrica, caracterizada pelo aumento do comprimento do sarcômero.

CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DOS MUSCULOS
MOTOR OU AGONISTA: é o músculo responsável pela ação.
ANTAGONISTA: tem efeito contrario do agonista, freia o movimento no retorno a posição inicial.
SINERGISTA: músculo que exercem a mesma função.
ESTABILIZADORA: o próprio nome explica. Estabiliza uma articulação para outro músculo agonista realizar o movimento.
NUTRALIZADOR: impede que outros músculos, senão, os desejados atrapalham a ação.

FONTE DE ENERGIA PARA A CONTRAÇÃO MUSCULAR
A concentração de ATP presente numa fibra muscular, é suficiente para manter uma contração por no Maximo 1 a 2 segundos.
Ÿ Fonte primaria para reconstituição do ATP: fosfocreatina sua quebra fornece 1 ATP. A fosfocreatina é clivada de imediato e a energia liberada provoca a ligação de novos íons fosfato ao ADP, para reconstituir o ATP.
Ÿ Fonte secundaria para reconstituir o ATP: glicogênio. Co oxigênio glicolise aeróbica 38ATP. Sem oxigênio glicolise anaeróbica 2ATP.
Vantagens : as reações glicolicas podem ocorrer na ausência de O2. a velocidade com que é formado o ATP é 2 vezes maior. Os produtos da glicolise acumulam-se nas células musculares alterando o pH do organismo, podendo assim, ser usado cerca de 1 minuto. A rápida degradação enzimática do glicogênio em ácidos lático e piruvico, libera energia que é utilizada para converter ADP em ATP, sendo usado na contração ou para reconstituir a fosfocreatina.
Os nutrientes que são consumidas são os carboidratos, gorduras e as proteínas. Para atividade muscular prolongada a maior proporção de energia vem da gordura.

EFICIÊNCIA DA CONTRAÇÃO MUSCULAR
A porcentagem de energia consumida pelo músculo que pode ser convertida em trabalho é de menos de 20 a 25%, o restante sendo transformada em calor.
SOMAÇÃO
1. somação por fibras múltiplas: diferentes intensidades de contração dependem das diferentes intensidades do estimulo.
2. somação por freqüência e tetanização: estímulos somando-se para atingir uma contração até que a própria ocorra de fato= tetanização.
TONUS DO MUSCULO ESQUELETICO: mesmo quando os músculos estão em repouso, ainda existe um certo grau de tensão. Isso é chamado de tônus muscular.
FADIGA MUSCULAR: a interrupção do fluxo sanguíneo para um músculo em contração produz fadiga quase total em um minuto ou pouco mais, devido à perda do fornecimento de nutrientes em especial o oxigênio.
CONTRATURA: ao tentar usar uma musculatura sem aquecimento e tentar fazer um movimento maior que o músculo pode realizar, o mesmo sente que irá romper fibras, e realiza uma contração nesta musculatura indisponibilizando o grupo muscular.
CAIMBRA: é quando falta energia para alimentar a bomba de cálcio, tendo esta energia gasto no trabalho excessivo do corpo. Sem energia para bombear o cálcio, o mesmo por estar nas miofibrilas realizará contração até a normalização.
RIGOR MORTIS: é a contração do músculo, fica rígido sem PA após a morte. Isto ocorre porque não há reposição de ATP, e este músculo permanece contraído já que não há desligamento.


REFERÊNCIA:


Conteudo retirado do material didático da professora Edlene Feliz

SISTEMA RENAL


SISTEMA RENAL

A principal função do sistema renal é auxiliar na homeostase controlando a composição e o volume do sangue. Este controle é realizado removendo ou restaurando quantidades selecionadas de água e solutos.

FUNÇÃO DOS RINS: regulação do volume da composição do sangue na formação da urina, excreta quantidade selecionadas de impurezas, incluindo excesso de hidrogênio que ajuda a controlar o pH sangüíneo.
Regulação da pressão arterial secreta a enzima renina que converte angiotensinogenios em angiotensina I que sobre ação da ECA é convertida em angiotensina II que leva a um aumento da pressão arterial.
Contribuição no metabolismo realizando gliconeogênese, secretando eritropoietina para produção das hemácias, participa da síntese de vitamina D.
NEFRON: é a unidade funcional do rim. Cada rim contem aproximadamente 1 milhão de nefrons. Dividido em proções: glomérulo, cápsula de Bowman, túbulo contornado proximal, alça de Helen descedente e ascedente, túbulo distal inicial e final e túbulo coletor.
Controlam a concentração e o volume do sangue removendo quantidades selecionadas de H2O e soluto. Remove impurezas tóxicas.
O material eliminado pelo rim é chamado urina. O sangue é filtrado pelos rns aproximadamente 60 vezes ao dia. A formação da urina envolve 3 processos: filtração glomerular, reabsorção tubular, secreção tubular.
FILTRAÇÃO: o liquido resultante da passagem do sangue dos capilares glomerulares para cápsula de Bowman é chamado de ultrafiltrado. A pressão da artéria renal pode variar de 80-200 mmHg. O fluxo sangüínea renal FRS é 1.25 l/min ou 1800 l/dia. A taxa de filtração no adulto normal é de 1.25 ml/min ou 180 l/dia.
· Se a TFG alta: substancias passam pelos nefrons tão rápido que são incapazes de serem reabsorvidos e saem pela urina.
· Se a TGF baixa: quase todo filtrado é reabsorvido e os rins não eliminam residuis.
Glomerulonefrite: o capilar aumenta a permeabilidade as proteínas que saem do sangue para o filtrado, a água é retirada do sangue para o filtrado por osmose e a TGF aumenta.
Calculo renal: é o acumulo de cristais de cálcio onde forma cálculos que causam a obstrução dos ureteres impedindo a passagem da urina.
REABSORÇÃO: cerca de 99% do filtrado é reabsorvido, voltando assim para o sangue através dos transportes de membrana e atingindo os capilares peritubulares. Aproximadamente 1% do filtrado sae do corpo. A taxa de reabsorção corresponde a 1,24 ml/min ou 178.2 l/dia.
· A glicose é 100% reabsorvida no túbulo contornado proximal. Quando se encontrar glicose na urina chama-se de glicosúria, isso ocorre no diabete mellitus.
SECREÇÃO: adiciona materiais ao filtrado proveniente do sangue através do transporte de membrana de volta ao nefron. Ex: K+, H+ na urina acida, amônia, uréia etc.
Lembre-se Urina= Excreção= F + S -R
REFERÊNCIA:
Conteúdo retirado do material didático da professora Edlene Felix.

NEUROFISIOLOGIA

SISTEMA NERVOSO
SISTEMA NERVOSO CENTRAL: inclui encéfalo e medula espinhal
SISTEMANERVOSO PERIFERICO: inclui os receptores sensoriais, os nervos sensoriais e os gânglios fora do SNC.

A divisão sensorial ou aferente traz informação para o sistema nervoso em geral este evento começa nos receptores visual, auditivo, químico e somato sensorial, a informação chega ao córtex.

A divisão motora ou eferente conduz a informação do SN para a periferia.
· Contração da musculatura esquelética.
· Contração da musculatura lisa e cardíaca
· Secreção por glândula endócrina e exócrina.

MEDULA ESPINHAL: parte caudal do SNC.
Contem 31 pares de nervos espinhais incluem os sensoriais e os motores. A informação trafega para cima e para baixo (via ascendente e descendente).
TRONCO ENCEFALICO: 10 dos 12 NC emergem dele.
BULBO: é a extensão anterior da medula espinhal. Contem centros autonômicos de controle da respiração e pressão sanguínea, bem como coordena a deglutição, tosse e vomito.
PONTE: participa da regulação da respiração, retransmite informação dos hemisférios cerebrais para o cerebelo.
MESENCEFALO: participa dos movimentos oculares. Contem núcleos relé do sistema auditivo e visual. CEREBELO: é uma estrutura foliada que está presa ao tronco encefálico, com situação dorsal a ponte e ao bulbo.
Função: coordena movimento, planejamento e execução dos movimentos, manutenção postural, coordena movimento da cabeça e dos olhos.
TALAMO E HIPOTALAMO:
TALAMO: processa quase toda a informação sensorial que se dirige para o córtex cerebral e quase toda informação motora que se origina do córtex dirigindo-se para o tronco e a medula espinhal.
HIPOTALAMO: contem centros reguladores da temperatura, ingestão de alimentos e balanço hídrico, é também uma glândula endócrina controlada das secreções hormonais da hipófise, secreta hormônios de liberação e de inibição para o sangue porta hipofisário para produzir liberação ou inibição da liberação da hipófise anterior, contem corpos celulares dos neurônios da glândula da hipófise posterior que secretam hormônios antidiuréticos e ocitocina.
HEMISFÉRIOS CEREBRAIS: são formados pelo córtex cerebral, substancia branca subjacente e por 3 núcleos profundos (gânglios basais, hipocampo e amigdala).
Sua função: percepção, função motora superior, a cognição, a memoria e a emoção.
CÓRTEX CEREBRAL: composto por 4 lobos (frontal, temporal, parietal, occiptal). Recebe e processa a informação sensorial e integra as funções motoras.
1. Córtex motor primário contem os motoneuronios superiores, que se projetam diretamente para a medula espinhal, onde vão ativar os motoneuronios inferiores, que inervam os músculos esqueléticos.
2. Córtex sensorial primário consiste no córtex visual primário, no auditivo e somato sensorial. Recebem poucas informações originada no receptor sensorial periférico com apenas poucas sinapses em suas vias sensórias.
3. As áreas sensoriais e motoras, secundarias e terciárias circundam as áreas primarias e estão envolvida no processamento mais complexo, por suas conexões com áreas associação.
GÂNGLIOS BASAIS, HIPOCAMPO E AMIGDALA: são 3 nucleos profundos dos hemisférios cerebrais. Gânglio basalà consiste no núcleo caudado, no putâmem e no globo pálido. Recebe aferencia de todos os lobos do córtex e emitem projeções, pelo tálamo, para o córtex frontal, participando da regulação dos movimentos.
HIPOCAMPO E AMIGDALA: fazem parte do sistema límbico, o hipocampo está envolvido com a memória. A amigdala tem participação nas emoções e se comunica com o SNA, por meio do hipotálamo.

CARACTERISTICAS GERAIS DO SISTEMA SENSORIAL E MOTOR

RELÉ SINÁPTICO à formado por núcleo relé, onde toda mensagem que vai para o córtex é processado por esses núcleos.
ORGANIZAÇÃO TOPOGRAFICA: à somatotopico de à para localizações corporais especificas. No sistema visual, auditivo, tonotopico, e retinotopico.
DECUSSAÇÕES: as áreas do encéfalo que só contem axônios decussantes, são chamadas de comissura.
TRANSDUÇÃO SENSORIAL: à transdução sensorial é o processo pelo qual o estimulo do ambiente ativa um receptor e é convertido em energia elétrica.
CAMPO RECEPTIVO: define a área do corpo que, quando estimulada, produz alteração da freqüência da descarga de um neurônio sensorial. Esse variam qunato ao tamanho, quanto menor , mais preciso será a sensação.
CODIFICAÇÃO SENSORIAL: os neurônios sensórias são responsáveis pela codificação do estimulo ambiental.
·Modalidade sensorialàcodificada muitas vezes pela linha rotulada.
·A localização espacialà os estímulos são codificados pelo campo receptivo dos neuronios sensoriais é melhorada pela inibição lateral.
·Limiarà menor estimulo codificado.
·Intensidade do estimuloà pode ser codificada pelo numero de receptores que são ativados. A intensidade pode ser codificada pela diferença entre as freqüências de descargas. A intensidade pode ser codificada pela a ativação dos diferentes receptores.
·Duraçãoà é codificado pela duração da descarga do neurônios sensorial.

TIPOS DE RECEPTORES SENSORIAIS

Mecanoceptores: ativado por variação da pressão. Tato(corpúsculo de pacini), audição(células ciliadas), vestibular(células ciliadas).

Fotoceptores: é ativados pela luz. Visão(bastonete e cone)

Quimiceptores: é ativado por componentes químicos. Olfato(receptor olfatiovo), gustação( brotamento gustativo), PO2 arterial.

Termoceptores: é ativado pela variação de temperatura. Temperatura(frio e calor).

Nociceptores: é ativado por graus extremos de pressão, temperatura, subtsncias nocivas. Extremo da dor e temperatura.

SISTEMA SOMATO – SENSORIAL E DOR

Processa a informação sobre tato, pressão, dor e temperatura. As duas vias são:
O sistema da coluna dorsal: processa sensações de tato, de pressão, e descriminação de dois pontos, vibração e proprioceptivas.
O sistema ântero – lateral: processa as sensações de dor, de temperatura e tato fino.
TRANSDUÇÃO SENSORIAL E OS POTENCIAIS DOS RECEPTORES
Transdução sensorial é o processo pelo qual o estímulo do ambiente ( Luz, compostos químicos) ativa um receptor e é convertido em energia elétrica.
Campos Receptivos: Define a área do corpo que, quando estimulada, produz alteração da freqüência da descarga de um neurônio sensorial.Os campos receptivos variam de tamanho. Quanto menor for o campo receptivo, mais precisamente será localizada, ou identificada, a sensação.

CODIFICAÇÃO SENSORIAL
Os neurônios sensoriais são responsáveis pela codificação dos estímulos do ambiente.Modalidade sensorial
A localização
O limiar é o menor estímulo que pode ser detectadoA intensidade do estímuloA Duração

SISTEMA NERVOSO AUTONOMO

SISTEMA NERVOSO SOMATICO: é o sistema voluntário, formado por único neurônio o motoneuronio, cujo corpo fica localizado no SNC e o axônio faz sinapse com os órgãos inervados. O neurotransmissor liberado pelo pré – sinaptico é a Ach que si liga nos receptores nicotínicos presente na placa motora do músculo esquelético. Quando ativada induz a contração do músculo.

SISTEMA NERVOSO AUTONOMO: é o sistema involuntário, que controla e modula o funcionamento, primeiramente, dos órgão viscerais. É formado por dois neurônios um pré-ganglionar e um neurônio pos-ganglionar. O corpo celular do pré-ganglionar fica no SNC e o axônio faz sinapse com o pos-ganglionar. O neurotransmissor liberado pelo pré-ganglionar é Ach e o pos-ganglionar pode ser Ach ou Na. O SNA é dividido em simpático e parassimpático.
SNSimpatico: resposta “luta ou fuga”. Os gânglios do sistema simpático ficam localizados perto da medula espinhal. A localização do neurônio pré-ganglionar é toracolombar.
O SNS as fibras pós – ganglionares liberam Noradrenalina que se ligam a receptores muscarinicos presente nos órgãos inervados. Exceto nas glândulas sudoríparas onde o neurotransmissor é a Ach.
Açãoà taquicardia, vasoconstrição, diminuição do peristaltismo, broncodilatação, contração do músculo destrusor da bexiga, aumenta transformação do glicogênio em glicose pelo fígado.
SNParassimpatico: os gânglios do sistema parassimpático ficam próximo dos órgão efetores. O neurônio pré-ganglionar origina-se de núcleo dos nervos craniano, craniosacral.
O SNP as fibras pós-ganglionares liberam Ach eu se ligam nos receptores muscarinicos presentes nos órgãos efetores.
Açãoà bradicardia, vasodilatação, relaxa o músculo destrusor da bexiga, broncoconstrição, aumenta os peristaltismos.
Medula Supra Renal: é um gânglio especializado da divisão simpática. A Ach estimula a medula supra renal a produzir adrenalina. A adrenalina tem as mesmas funções da noradrenalina, a única diferença é que a noradrenalina é um neurotransmissor enquanto a adrenalina é um hormônio.

PROTEINA G
A proteína G é formada pela subunidades α β γ, dessas unidades a α é a que está envolvida na produção do segundo mensageiro. Essa unidade α encontra-se ligada a uma molécula de GDP que ao receber o estimulo produzido pela ligação da substancia ao receptor, essa molécula de GDP é trocada pela GTP que irá estimular o alvo caso essa unidade α seja estimulatoria, daí esse alvo será estimulado sendo ativado. Esse alvo pode ser um canal iônico que ativado abrirá, ou pode ser uma enzima fosfolipase c que ira produzi um segundo mensageiro o IP3 e DAG que estarão envolvidos no metabolismo celular, ou a adenilato ciclase que produzirá GMPc que ativa a quinase A onde estará envolvida no metabolismo celular.

LÍQUIDO CÉFALORAQUIDIANO (LCR).
A superfície do SNC está coberta por várias camadas de tecido conjuntivo que formam a : Pia mater, aracnóide e dura mater.
O espaço entre a pia mater e aracnóide o espaço Subaracnóide contém o líquido céfaloraquidiano (LCR).
O encéfalo é formado por 80% de líquido e a maior parte é LCR.
O LCR é formado com intensidade 500ml por dia, pelas células epiteliais do plexo coróide ( situado nos ventrículos laterais 3º e 4º


REFERÊNCIA:

Conteúdo retirado do material didático da professora Edlene Felix

FISIOLOGIA CELULAR


FISIOLOGIA CELULAR

Cerca de 45% a 70% da massa corpórea é formada por água. A água é inversamente proporcional a quantidade de gordura corpórea. As mulheres apresentam menor volume de água corpórea em relação ao home, já que ela apresenta maior porcentagem de tecido adiposo.

DESTRIBUIÇÃO DA ÁGUA NO CORPO

Meio Intracelular à cerca de 2/3 dos líquidos se encontram no meio intracelular.
Meio Extracelular à cerca de 1/3 dos líquidos encontram-se no meio extracelular. Plasma e liquido intersticial.

O pH no meio intracelular é mais acido do que no meio extracelular. No intracelular o pH é de 7.0 e no extracelular e 7.4. A osmolaridade promove o equilíbrio entre o meio extracelular e o meio intracelular, no meio intra e extracelular essa osmolaridade é de 300 m/osm/ L.

COMPONENTES DO MEIO INTRA E EXTRACELULAR

O meio intra quanto o extracelular é formado tanto por líquidos quanto por eletrólitos e a regulação dessa quantidade desses no meio intra e extra é chamado de Homeostasia que significa o equilíbrio entre os dois meios.
Principal cátion do LEC é o Na+ e o ânion que contrabalança é o Cl- e bicarbonato.
Principal cátion do LIC K+ e Mg²+ e ânion são as proteínas e fosfatos orgânicos.

Obs: O cálcio fica localizado nos retículos sarcoplasmatico, daí pouca concentração no meio intracelular.

ELETRONEUTRALIDADE DOS COMPARTIMENTOS LIQUIDOS DO CORPO

Cada compartimento líquido do corpo obedece a regra da eletroneutralidade. Cada compartimento tem a mesma quantidade de cátions e ânions. Mesmo que haja uma diferença de potencial, o balanço entre as cargas se mantém maciças.

COMPOSIÇÃO DA MEMBRANA PLASMATICA

A membrana plasmática é formada de ácido graxo parte hidrofóbica e glicerol parte hidrofílica, o que a caracteriza como uma membrana anfipática.

Bicamada de lipídios - 55% fosflipidios
25% colesterol
13% outros lipídios ( trigliceridios)
4% carboidratos
Essa composição lipidica da membrana é responsável pela manutenção da permeabilidade, sendo altamente permeável a substancias lipossolúveis e baixa permeabilidade a substâncias hidrossolúvel.
Depois da água as proteínas são as 2ª maiores composições da massa corpórea. A proteína na membrana serve como transporte para varias substancias hidrossolúveis que não conseguem passar pela bicamada lipidica da membrana plasmática, enzimas, e receptores para hormônios.

TIPOS DE PROTEÍNAS
CANAIS AQUOSOS: transporta substancias do meio intra para o extra e vise – versa sem muito gasto de energia.
PROTEÍNAS PERIFERICAS: encontram-se localizadas nas extremidades da membrana e serve como receptores, mandando sinais para o interior da célula.
PROTEÍNAS INTEGRAIS: atravessam a membrana toda e serve para transporte de substancias hidrossolúveis.

DIFERENÇAS QUE AFETAM NA PERMEABILIDADE DA MEMBRANA

Espessuraà quanto maior a espessura menor a difusão.
Lipossolubilidadeà Quanto mais lipossolúvel maior a difusão.
Numero de canais protéicosà o numero de canais e proporcional a área da membrana.
Temperaturaà quanto maior a temperatura maior a difusão.
PM das substancias difusorasà quanto maior PM menor a difusão.

Obs: A temperaturaá torna a membrana mais permeável ao sódio promovendo uma despolarização o que leva as convulsões quando essa temperatura excede aos níveis normais de 36° a 36,6°C.

EQUILIBRIO DE GIBBS – DONNAN

É o equilíbrio entre as cargas positivas e negativas presente na membrana. O plasma é composto de proteínas plasmáticas (exemplo albumina), essas proteínas têm cargas negativas que promove a redistribuição dos pequenos cátions e ânions, através da parede do capilar. Quando esse plasma é filtrado, ou seja passa dos vasos para os tecidos ele se transforma em liquido intersticial , esse liquido não possui as proteínas plasmáticas que ficam retidas dentro do vaso o que leva a conseqüências secundarias ao equilíbrio da eletroneutralidade.

TRANSPORTE ATRAVES DA MEMBRANA

TRANSPORTE PASSIVO: SIMPLESà movimento cinético de íons ou moléculas nos espaços intermoleculares.
FACILITADA: à movimento de íons ou moléculas com ajuda de proteínas carreadoras.
Toda forma de transporte mediado por carreador tem três características: saturação, estéreo-especificidade, competição.

TRANSPORTE PASSIVO: realizado através do interstício da membrana. Ex: substancias lipossolúveis O2, CO2 ou canais aquosos em proteínas carreadoras.
TRANSPORTE ATIVO:
PRIMÁRIO: utiliza energia diretamente do ATP. Ex: bomba sódio potássio ATPase ( exerce controle no volume celular e mantém o potencial de ação) e Ca2+ ATPase.
SECUNDÁRIO: Co-transporte e contratransporte.

OSMOSE: é o fluxo de água através da membrana semipermeável, devido a diferença de concentração de solutos. Essa concentração leva a uma diferença pressão osmótica e essa dessa pressão faz com que a água flua por osmose.
PRESSÃO OSMOTICA: é a pressão necessária para impedir o fluxo de água pela membrana semipermeável.

CANAIS IONICOS: são proteínas integrais que quando aberto permite a passagem de certos íons, sendo seletivos. Esses canais são controlados por comportas. Tipos de canais:
CANAIS VOLTAGEM DEPEDENTE: são controladas pela variação de potencial de membrana.
CANAIS LIGANDO DEPENDENTE: depende da ligação da molécula para se abrir, essas podem ser hormônios, neurotransmissores e segundo mensageiro.
POTENCIAL DE DIFUSÃO: É a diferença de potencial gerada na membrana quando o íon se difunde.
POTENCIAL DE EQUILIBRIO: as forças químicas e elétrica age nas cargas iguais mais opostas levando ao equilíbrio.
PERIODO REFRATARIO:
ABSOLUTO: no período refratário absoluto um potencial de ação não ocorre enquanto o ultimo não estiver cessado.
RELATIVO: pode gerar um outro potencial de ação, mas se o estimulo for grande o suficiente para atingir o limiar. Esse potencial tem que ser de –40mV.

POTENCIAL DE AÇÃO
O potencial de ação é um fenômeno das células excitáveis, consistindo em despolarização seguida por repolarização.
PROPAGAÇÃO: ocorre na mesma intensidade de estímulo. A propagação ocorre de maneira continua onde despolariza e repolariza até o destino.
VELOCIDADE DE CONDUÇÃO: envolve a constante de tempo. Essa tem que ser menor para que a velocidade de condução seja rápida. A velocidade de condução também depende da resistência. Quanto maior a resistência, menor a área, mais lenta a propagação.
FIBRAS AMIELINIZADAS: a velocidade de propagação é lenta, pois o potencial percorre por toda fibra numa alta resistência. Velocidade de 0.25m/s.
FIBRAS MIELINIZADAS: a mielina aumenta a resistência periférica, só que não diminui a velocidade de condução, pois o potencial de ação vai percorrer por junções comunicantes ( Nodo de Ranvier), onde tem uma resistência menor, daí a velocidade de propagação é rápida. Essa propagação é chamada de saltitante.

TIPOS DE SINAPSES
ELETRICA: a corrente flui de uma célula excitável para a seguinte via de baixa resistência ( junções comunicantes). É encontrado no músculo liso e cardíaco.
QUIMICA: é transmitida através da fenda sináptica pelo neurotrasmissor, sendo unidirecional, da célula pós sináptica para a pré sináptica.

JUNÇÃO NEUROMUSCULAR:
UNIDADE MOTORA:
Motoneurônio: São as células cujos os nervos suprem as fibras musculares
Unidade Motora: Um só motoneurônio e todas as fibras que este inerva.

1. Os potenciais de ação se propagam ao longo do axônio. Essa propagação do potencial vai atingir a fenda pré - sináptica onde vai induzir abertura dos canais de cálcio, esse cálcio influi para a terminação, ao longo do seu gradiente eletroquímico.
2. A entrada de Ca2+, promove a liberação de acetilcolina, sintetizada e armazenada em vesículas neurais.
3. A Ach se difunde através da fenda sináptica até a pos – sináptica, onde se liga ao receptores nicotínicos, esse sendo ligando dependente. Essa ligação vai induzir modificação da estrutura do receptor onde vai gerar a ativação e induzindo a abertura dos canais de Na+ e K+ .
4. Quando os canais de Na+ e K+ , ele irão se difundir e o Na+ irá causar uma despolarização da placa motora gerando um potencial de ação que se propaga ao longo da fibra.
5. Essa placa só atinge o potencial de repouso quando a Ach é degradado em colina + acetato pela acetilcolinesterase.
AGENTES QUE ALTERAM O FUNCIONAMENTO DA JUNÇÃO NEUROMUSCULAR

Tóxina botulínica - Bloqueia a liberação de Ach pelas terminais pré-sinápticas.
Curare- Compete pelos receptores nicotínicos daplaca motora diminuindo o PPM.
D- tubocurarina- compete com a Ach nos receptores e é usada para relaxar a musculatura Esquelético.
Inibidores da acetilcolinesterase- Neostigmina, impede a degradação da Ach na fenda sináptica. Prolonga e aumenta a ação da Ach.Usada para tratar Miastenia gravis.
Miastenia gravis- Doença que leva a uma fraqueza do músculo esquelético e fadigabilidade. Os receptores de Ach são bloqueados por anticorpos.
Hemicolínio- Bloqueia a recaptação da colina pela terminal pré- sináptica.

TIPOS DE DISPOSIÇÃO DAS SINÁPSES
Sinapses de um para um
Sinapses de um para muitos ( O motoneurônio produz rajada de PA na célula pos-sináptica)
Sinapses de muitos para um (muitas células pré-sinápticas convergem para uma pós-sináptica
A Entrada Sináptica – Potenciais Pós sinápticos Excitatório e Inibitório
Potenciais Pós sinápticos Excitatório – despolarizam células pós-sinápticas (PPSEs) -abertura de canal de Na+
Neurotransmissores: noradrenalina (NA), Acetilcolina (Ach), Dopamina, epinefrina e serotonina.
Potenciais Pós sinápticos Inibitório- Hiperpolarizam a célula pós-sináptica (PPSIs) - abertura de canal de Cl-
Neurotransmissores: gama-aminobutírico (GABA) , Glicina.

INTEGRAÇÃO DA INFORMAÇÃO SINÁPTICA
Somação Espacial
Duas entradas pré-sinápticas chegam à célula pós-sináptica ao mesmo tempo.
Somação Temporal
Duas entradas pré-sinápticas chegam à célula pós-sináptica em rápida sucessão.

OUTROS FENÔMENOS QUE ALTERAM A ATIVIDADE SINÁPTICA
Facilitação, aumentação e potenciação pós-tetânica.
Talvés por acúmulo de Ca++.
Fadiga sináptica estimulação repetitiva produz resposta menor do que a esperada.
REFERÊNCIA:
LINDA S. CONSTANZO. Fisiología . Guanabara Kogan, Rj 1995.
Conteúdo retirado do material didático da professora Edlene Felix

SITES OPTATIVOS PARA ESTUDO

WWW.FISIOLOGIAONLINE.COM.BR
WWW.FISIOLOGIADOEXERICIO.COM.BR
WWW.LIGADEFISIOLOGIAHIPOCRATES.COM.BR
WWW.SONO.MED.BR
WWW.CEREBROMENTE.ORG.BR
WWW.AFH.BIO.BR
WWW.FISIOLOGIA.KIT.NET/
HTTP://BR.GEOCITIES.COM/FISIOLOGIAPONTOCOM/
WWW.SBFIS.ORG.BR/

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GUYTON, A.C., HALL, J.E Tratado De Fisiologia Médica 10. Ed. Rj . Guanabara Koogan, 2002
GUYTON, A.C., HALL, J.E Tratado De Fisiologia Médica 9. Ed. Rj . Guanabara Koogan, 1997.
LINDA S. CONSTANZO. Fisiología . Guanabara Kogan, Rj 1995.
ANDREW DAVIES, ASA GH BLAKLEY, CECIL KIDD, Fisiología Humana. Artmed, Sp, 2002.
AIRES, M.M Fisiologia 2. Ed. Rj. Guanabara Koogan, 1999.
BERNE, R. B, LEVY, M. N. Tratado De Fisiologia Humana. 4 Ed. Rj. Guanabara Koogan, 2000.
BESTES, T. As Bases Fisiologicas Da Pratica Medica. 11 Ed. Rj. Guanabara Koogan, 1990.
DOUGLAS, C. R. Tratado De Fisiologia Aplicada As Ciencias Da Saude. 5 Ed. Sp. Robe Ed Belman Ed. Imp. Exp. 2002.
JOHNSON, LEONARD R. Fundamentos De Fisiologia Medica. 2 . Ed. Rj. Guanabara Koogan, 2000.

BIBLIOGRAFÍA ALTERNATIVA

MOFFET, DAVID F. Fisiología Humana. Rj. Guanbara Koogan, 1993.
TOROTRA GRABOWSKI Principios De Anatomia E Fisiología, 9 Ed. Guanabara Koogan, 2002.
SCOTT K. POWERS, EDWARDS T. HOWLEY Fisiopatologia Do Exercicio. 3 Ed. Manole.
HERSHOF RAFF, Segredos Em Fisiologia. Artmed, 2000.
GLENAN SINGI. Fisiologia Para Odontologia. 2 Ed. Guanabara Koogan, 2005

CRONOGRAMA

CRONOGRAMA DE FISIOLOGIA TEÓRICA

Apresentação do curso
Células e composição dos líquidos corporais e membrana
Composição dos líquidos corporais e membranas
Transporte através das membranas
Potenciais: difusão, repouso e ação
Potenciais de ação
Transmissão sináptica
Funções do SNC
SN sensorial
SN autonômico
SN motor somático
Músculo esquelético
Ciclo da ponte cruzada
Tipos de fibras musculares esqueléticas e bioenergéticas
Bioenergética
Músculo liso e músculo cardíaco
Anatomia do coração e vias de condução
Ciclo cardíaco
Ciclo cardíaco e eletrocardiograma
Regulação do debito cardíaco
Circulação: visão geral
Controle da PA
Regulação do fluxo sanguíneo
Células sanguíneas: hemácias
Coagulação
Sistema renal: função tubular
Sistema renal: funções e filtrações
Sistema respiratório: anatomia e ventilação
Sistema respiratório: circulação e controle
Sistema digestivo I
Sistema digestivo II
Sistema endócrino I
Sistema endócrino II
Sistema endócrino III
Sistema endócrino IV

CRONOGRAMA DE FISIOLOGIA PRÁTICA

Difusão
Osmose
Sensações cutâneas
Reflexos
Excitabilidade neuromuscular
Mediadores químicos do coração
Eletrocardiograma
Medida de pressão arterial
Prova de Schnider
Sumario de urinaespirometria

terça-feira, 3 de abril de 2007

TIRE SUAS DÚVIDAS

APROFUNDAMENTOS

FISIOLOGIA DA PAIXÃO



O ENCÉFALO, OS NEUROTRANSMISSORES E A PAIXÃO

O chamado diencéfalo ou cérebro primitivo, comum a todos os mamíferos, intervém, através do hipotálamo, no desejo, no interesse sexual e também recolhe as informações que chegam do exterior e dos hormônios, controlando-os e dando as respostas da excitação sexual, ejaculação, sensações de prazer e regulando as respostas emocionais e afetivas no comportamento sexual.

O sistema límbico discrimina e seleciona os estímulos, reconhecendo os sinais de saciedade (estar satisfeito) e inibindo o comportamento sexual.

A nossa sexualidade apresenta-se não apenas em nível dos estímulos (visuais,fantasias ,etc) ,como também na participação muito importante da emoção e sobretudo na aprendizagem. Algumas partes do nosso cérebro relacionam o ambiente e a cultura às nossas respostas sexuais. O resultado pode ter maior ou menor eficácia dando aos parceiros, maior ou menor prazer.Razão, fantasia, emoção e aprendizagem se misturam em nosso cérebro dando respostas curiosas no dia a dia sexual do ser humano.

Os neurotransmissores cumprem uma função indispensável na ativação do impulso sexual, como por exemplo, quando as carícias e beijos levam a lubrificação vaginal e à ereção peniana.
Os cientistas conhecem a feniletilamina (um dos mais simples neurotransmissores) há cerca de 100 anos, mas só recentemente começaram a associá-la à paixão. Ela é uma molécula natural semelhante à anfetamina e suspeita-se que sua produção no cérebro possa ser desencadeada por eventos tão simples como uma troca de olhares ou um aperto de mãos.

PAIXÃO X TEMPO

Existe um limite de tempo para homens e mulheres sentirem os arroubos da paixão? Segundo a professora Cindy Hazan, da Universidade Cornell de Nova Iorque, sim. Ela diz: "seres humanos são biologicamente programados para se sentirem apaixonados durante 18 a 30 meses". Ela entrevistou e testou 5.000 pessoas de 37 culturas diferentes e descobriu que a paixão possui um "tempo de vida" longo o suficiente para que o casal se conheça, copule e produza uma criança.

A pesquisadora identificou algumas substâncias responsáveis pelo amor-paixão: dopamina, feniletilamina e ocitocina. Estes produtos químicos são todos relativamente comuns no corpo humano, mas são encontrados juntos apenas durante as fases iniciais do flerte. Ainda assim, com o tempo, o organismo vai se tornando resistente aos seus efeitos - e toda a "loucura" da paixão desvanece gradualmente - a fase de atração não dura para sempre. O casal, então, se vê frente a uma dicotomia: ou se separa ou habitua-se a manifestações mais brandas de amor - companheirismo, afeto e tolerância, e permanece junto. "Isto é especialmente verdadeiro quando filhos estão envolvidos na relação", diz a Dra. Hazan.

Os homens parecem ser mais susceptíveis à ação dessas substâncias. Eles se apaixonam mais rápida e facilmente que as mulheres. E a Dra. Hazan é categórica quanto ao que leva um casal a se apaixonar e reproduzir: "graças à intensidade da ilusão romanceada, achamos que escolhemos nossos parceiros; mas a verdade é conhecida até mesmo pelos zeladores dos zoológicos: a maneira mais confiável de se fazer com que um casal de qualquer espécie reproduza é mantê-los em um mesmo espaço durante algum tempo".

Com base em outras pesquisas desenvolvidas pela Dra. Helen Fisher, antropologista da Universidade Rutgers e autora do livro The Anatomy of Love, pode-se fazer um quadro com as várias manifestações e fases do amor e suas relações com diferentes substâncias químicas no corpo:

Manifestação
Conceito
Substância mais associada

Luxúria
Desejo ardente por sexo
Testosterona (aumento da libido – desejo sexual)

Atração
Amor no estágio de euforia, envolvimento emocional e romance
Altos níveis de dopamina e norepinefrina (noradrenalina): ligadas à inconstância, exaltação, euforia, e a falta de sono e de apetite.

Baixos níveis de serotonina: tendo em vista a ação da serotonina na diminuição de fatores liberadores de gonadotrofinas pela hipófise, quanto mais serotonina menos hormônio sexual.

Ligação
Atração que evolui para uma relação calma, duradoura e segura.
Ocitocina (associada ao aumento do desejo sexual, orgasmo e bem-estar geral) e vasopressina (ADH), associada à regulação cardiovascular, atuando no controle da pressão sangüínea.


OS SENTIDOS E A PAIXÃO

VISÃO


A visão é, provavelmente, a fonte de estimulação sexual mais importante que existe.No homem, existem numerosos estímulos visuais envolvidos na atração sexual, que vão muito além da visão dos genitais do sexo oposto. A forma de mover-se, um olhar, um gesto, inclusive a forma de vestir-se, são estímulos que, enquanto potencializam a capacidade de imaginação do ser humano, podem resultar mais atraentes que a contemplação pura e simples de um corpo nu.
Segundo o neurobiólogo James Old, o amor entra pelos olhos.
Imaginemos duas pessoas que não se conhecem e se encontram em uma festa: è Ambos se olham e imediatamente se avaliam, o que ativa neocórtex, especializado em selecionar e avaliar.É O primeiro nível de avaliação de ambos será o biológico (tem orelhas, duas pernas etc) e enfim, geneticamente saudável.E Depois a análise continua por padrões baseados na experiência de cada um: tipos físicos reforçados como positivos pelos pais, amigos e meios de comunicação.E Simultaneamente se avaliam dentro de seu tempo e cultura: numa sociedade propensa a sucumbir a pragas e escassez de alimentos, mulheres mais cheinhas eram sinônimo de saúde e fortaleza.

Elas são mais seletivas

O neurobiólogo aponta que no caso feminino também existe um fator adicional e mais abstrato: o poder (também ocorrem mudanças com o tempo e cultura)
Segundo o pesquisador, como as mulheres geneticamente têm menos oportunidades para procriar (o número de gametas femininos é menor do que o de espermatozóides), elas buscam no selecionado a capacidade de prover e proteger seus filhos.

AUDIÇÃO

No homem, a aparição da linguagem representa um passo muito mais avançado como meio de solicitação sexual. Em praticamente todas as sociedades humanas, o uso de frases e canções amorosas constitui uma das preliminares mais habituais. Libertado o cérebro da carga social, uma frase erótica, sussurrada ao ouvido, pode resultar tão incitadora quanto um bramido de elefante na imensidão da selva.
De acordo com investigações do Krasnow Institute for Advanced Study of George Mason University, não só as primeiras palavras, mas também os tons de voz deverão responder aos padrões de saúde e genética desejados na escolha do(a) parceiro(a).

TATO

A superfície do corpo humano, com aproximadamente dois metros quadrados de extensão é, poderíamos dizer, o maior órgão sexual do homem. Mais do que simplesmente um dos sentidos, o tato é a resultante de muitos ingredientes: sensibilidades superficiais (epidérmicas e dérmicas), profundas - como a proprioceptiva, ligada a movimento -, vontade de explorar e atividade motora, emoções, memória, imaginação.
Existem cerca de cinco milhões de receptores do tato na pele - as pontas dos dedos tem uns 3.000 que enviam impulsos nervosos ao cérebro através da medula. O tato é provavelmente o mais primitivo dos sentidos. É a mais elementar, talvez a mais predominante experiência do ser humano, mesmo naquele que ainda não chegou a nascer. O bebê explora o mundo pelo tato. Assim, descobre onde termina seu corpo e onde começa o mundo exterior. Esse sentido é seu primeiro guia.
O sentido do tato proporciona um contato imediato com os objetos percebidos e, na relação humana, é uma experiência inevitavelmente recíproca: pele contra a pele provoca imediatamente um nível de conhecimento mútuo. Na relação com o outro, não é possível experimentá-la.
Encontramos homens com problemas sexuais que não beijam, não abraçam e nem acariciam sua parceira. Para quê? Pensam eles. Este modelo de comportamento impede que muitos casais desfrutem do prazer que pode proporcionar o simples fato de dar e receber carícias.
A estimulação tátil é uma necessidade básica, tão importante para o desenvolvimento como os alimentos, as roupas, etc.. O contato físico é a forma de comunicação mais íntima e intensa dos seres humanos, segundo alguns estudos, até os mais insignificantes contatos físicos tem notáveis efeitos.
Nós realmente "sentimos com o olho da mente" - Uma região do cérebro envolvida no processamento do sentido da visão é também necessária para o sentido do tato. Resultados da Universidade de Emory, que confirmam o papel do córtex visual na percepção táctil (toque), foram publicados na edição da revista Nature de 06/10/1999.
As conclusões do estudo são relevantes para o entendimento de não apenas como o cérebro normalmente processa a informação sensorial, "mas também como o processamento é alterado em condições como cegueira, surdez ou torpor e, principalmente, para melhoria dos métodos de comunicação em indivíduos que sofrem de tais desordens", de acordo com Krishnankutty Sathian, Ph.D.
Até recentemente, cientistas acreditavam que regiões separadas do cérebro processavam a informação advinda de vários sentidos. Essa idéia está sendo, agora, desafiada. As descobertas recentes de que o córtex visual de deficientes visuais é ativado durante a leitura em Braille não são tão surpreendentes se apreciadas por este contexto. Os resultados obtidos pelo grupo de pesquisa demonstram que uma região do córtex cerebral, associada à visão, é ativada quando os humanos tentam distinguir a orientação através do tato.
Juntamente aos depoimentos subjetivos da imagem visual e a ativação cortical parieto-occiptal associada, as descobertas levam a crer que o processamento visual facilita a discriminação tátil normal de orientação. Isso, provavelmente, está relacionado ao fato de que geralmente confiamos no sistema visual para nos orientarmos.

PALADAR

Desde muito cedo, a boca é a primeira fonte de prazer. Com 16 semanas de vida, além de fazer caretas, levantar as sobrancelhas e coçar a cabeça, as papilas gustativas já estão desenvolvidas. A experiência tem demonstrado que o feto faz careta e para de engolir quando uma gota de substância amarga é colocada no líquido amniótico. Por outro lado, uma substância doce provoca a aceleração dos movimentos de sucção e deglutição.
Aliás, o prazer do paladar continua na fase em que o bebê se amamenta através do mamilo da sua mãe. Daí para frente, o paladar fica cada vez mais apurado.

A boca é uma das partes que compõem o rosto de qualquer pessoa. Quanto a isto, não restam margem para dúvidas. Mas o que se calhar não sabe, é que a zona bocal é a última parte a adquirir todas as formas e recortes finais, embora seja a primeira a sentir as emoções iniciais da vivência.
A língua é a base de todo o paladar e a boca é uma das partes mais sensíveis do corpo e mais versáteis. Um beijo combina os três sentidos de tato, paladar e olfato. Favorece o aparelho circulatório, aumenta de 70 para 150 os batimentos do coração e beneficia a oxigenação do sangue. Sem esquecer que o beijo estimula a liberação de hormônios que causam bem-estar. Detalhe: na troca de saliva, a boca é invadida por cerca de 250 bactérias, 9 miligramas de água, 18 de substâncias orgânicas, 7 decigramas de albumina, 711 miligramas de materiais gordurosos e 45 miligramas de sais minerais. As terminações nervosas reagem ao estímulo erótico e promovem uma reação em cadeia. Ao mesmo tempo, as células olfativas do nariz – mais próximas da boca – permitem tocar, cheirar e degustar o outro.

OLFATO

O amor não começa quando os olhares se encontram, mas sim um pouco mais embaixo, no nariz. "Há circuitos que vão do olfato até o cérebro e levam uma mensagem muito clara: sexo", explica Maria Rosa García Medina, especialista em sentidos químicos do Laboratório de Pesquisas Sensoriais do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (Conicet), da Argentina.
Alguns pesquisadores afirmam que exalamos continuamente, pelos bilhões de poros na pele e até mesmo pelo hálito, produtos químicos voláteis chamados ferormônios.

Estudos têm demonstrado que a maior parte das espécies de vertebrados tem um órgão situado na cavidade nasal denominado órgão vomeronasal (OVN). A finalidade do OVN parece ser exclusivamente a de detectar sinais químicos – os ferormônios - envolvidos no comportamento sexual e de marcação de território.

Atualmente, existem evidências intrigantes e controvertidas de que os seres humanos podem se comunicar com sinais bioquímicos inconscientes. Os que defendem a existência dos ferormônios baseiam-se em evidências mostrando a presença e a utilização de ferormônios por espécies tão diversas como borboletas, formigas, lobos, elefantes e pequenos símios. Os ferormônios podem sinalizar interesses sexuais, situações de perigo e outros.

Os defensores da Teoria dos Ferormônios vão ainda mais longe: dizem que o "amor à primeira vista" é a maior prova da existência destas substâncias controvertidas. Os ferormônios – atestam – produzem reações químicas que resultam em sensações prazerosas. À medida em que vamos nos tornando dependentes, a cada ausência mais prolongada nos dizemos "apaixonados" – a ansiedade da paixão, então, seria o sintoma mais pertinente da Síndrome de Abstinência de Ferormônios. Com ou sem ferormônios, é fato que a sensação de "amor à primeira vista" relaciona-se significativamente a grandes quantidades de feniletilamina, dopamina e norepinefrina no organismo. E voltamos à questão inicial: até que ponto a paixão é simplesmente uma reação química?

Um tradicional exemplo do estreito vínculo entre olfato e desejo é a síndrome de Kalman, um quadro genético de alteração hormonal que prejudica a puberdade e que está acompanhado por uma ausência congênita do olfato. Com a ajuda de tratamento, esses pacientes chegam a ter níveis normais de hormônios, mas não recuperam o olfato e isso têm efeitos diretos em sua vida afetiva.

O laboratório canadense Pheromone Sciences Corp. isolou e caracterizou os diversos ferormônios extraídos do suor. Uma primeira pesquisa revelou que o composto pode estimular a libido em homens e mulheres. Os pesquisadores esperam que, em um futuro não muito distante, esse derivado de ferormônios possa servir como tratamento efetivo e seguro para determinadas disfunções sexuais. Inclusive como complemento de remédios como o Viagra.

"Alguns derivados dos ferormônios já são usados para casos de frigidez feminina e ajudam na primeira etapa da sexualidade, que é o desejo", afirma García Medina. "Isso pode ter um grande potencial em outros tipos de disfunções sexuais, mas ao mesmo tempo, reacende questões éticas: É lícito interferir dessa forma no comportamento de uma pessoa?"

Não há duas pessoas que possuam exatamente o mesmo cheiro, embora haja algumas semelhanças entre membros de uma mesma raça. O odor corporal é fortemente influenciado pelo tipo de alimentação e influencia nossas preferências por certos aromas. Pessoas que gostam de comidas muito temperadas também preferem fragrâncias fortes e penetrantes, como as que contêm patchuli, sândalo ou gengibre. Aquelas que consomem mais laticínios preferem fragrâncias florais, como lavanda e néroli (flor de laranjeira). A alimentação branda porém saudável dos japoneses, baseada principalmente em peixes, verduras e arroz, em conjunto com os banhos freqüentes e meticulosos, é uma das razões pelas quais seu odor corporal é praticamente inexistente, ao menos para o olfato de outras raças. Os japoneses são atraídos por fragrâncias delicadas. E, enquanto os esquimós são tidos como tendo cheiro de peixe e os africanos cheiro de amoníaco, o resto do mundo concorda que o cheiro azedo dos europeus é o mais nauseante.

Como você já deve ter percebido, o mesmo perfume ou loção após a barba, exala diversos cheiros em diferentes pessoas, especialmente naquelas do sexo oposto. À medida que a fragrância vaporiza e interage com nossa química própria, várias mudanças do aroma tornam-se perceptíveis. O aroma brinca de esconde-esconde com os sentidos até que finalmente desaparece.

REFERÊNCIAS:
Neurociências: Desvendando o Sistema Nervoso MARK F. BEAR & BARRY W. CONNORS & MICHAEL A. PARADISO - Artmed

Como o Cérebro Funciona JOHN MCCRONE
Tratado de Fisiologia Médica ARTHUR C. GUYTON & JOHN E. HALL

Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenças ARTHUR C. GUYTON & JOHN E. HALL

Fisiologia Humana ARTHUR C. GUYTON
Atlas de Fisiologia Humana de Netter JOHN T. HANSEN & BRUCE M. KOEPPEN

Anatomia e Fisiologia Humana STANLEY W. JACOB & CLARICE ASHWORTH FRANCONE & WALTER J. LOSSOW

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EXPERIÊNCIAS SIMPLES

FIGURAS

NOVIDADES PUBLICADAS EM REVISTAS POPULARES

INFORMAÇÕES SOBRE A CREATININA

CREATININA

Redação: Dr. Edison R. de Souza Apoio: Comitê de Prevenção de Doenças Renais da SBN
Como saber se os rins estão funcionando bem?
Os rins funcionam como filtros especiais do sangue. Normalmente só deixam passar o que não interessa mais ao nosso organismo. Eles têm como principal função a remoção de substâncias indesejáveis como a uréia, a creatinina , o ácido úrico, o excesso de sal, de água e de vários ácidos formados pelo organismo. Além disso, também são responsáveis pela reabsorção de substâncias vitais como a glicose, bicarbonato, aminoácidos e proteínas
Outras funções importantes dos rins são regular a pressão arterial, a produção de sangue e o controle do metabolismo do cálcio e do fósforo, fundamentais para o nosso esqueleto
O aumento de algumas substâncias no sangue, reflete, indiretamente, um mal funcionamento dos rins. A creatinina é uma dessas substâncias utilizadas para avaliar o funcionamento dos rins.
O QUE É CREATININA?
Quase todo mundo sabe o que é GLICOSE E COLESTEROL mas poucos sabem o que é CREATININA
A creatinina não é formada pelo metabolismo corporal, sendo apenas um resultado do metabolismo de outra substância chamada creatina, que se encontra nos músculos. A conversão da creatina em creatinina é praticamente constante durante as 24 horas do dia.
O valor da creatinina em indivíduos normais apresenta uma variação em relação ao sexo e ao volume de massa muscular. A sua concentração no sangue é maior nos homens e nos atletas. Nas mulheres, crianças e idosos, a concentração sangüínea é, proporcionalmente, menor. O nível de creatinina é muito pouco afetado pela dieta habitual.
Seus valores normais são aproximadamente 1 mg/dl nos homens, 0,8 mg/dl nas mulheres e 0,5/dl nas crianças pequenas.
Seus valores aumentam à medida que ocorre a diminuição da função dos rins; por isso, são utilizados como marcadores da função renal. Os aumentos se tornam significativos quando existe uma perda de mais de 50% da função dos rins e existem exames mais especilizados como o CLEARANCE DE CREATININA também chamado de depuração da creatinina que pode indicar aproximadamente quanto do rim já foi afetado pelas diferentes doenças como o diabetes a hipertensão, os cálculos renais ou as infecções urinárias.
Um nefrologista pode explicar com mais detalhes. A sua dosagem é muito importante, pois a creatinina pode aumentar sem a pessoa apresentar qualquer sintoma de doença dos rins. Portanto, seu aumento pode servir como um ALERTA para a possibilidade de uma doença renal.
O importante é saber que a creatinina é um exame barato e fácil de ser feito. Qualquer laboratório com um pouquinho de sangue, pode dosar a creatinina na mesma hora que se está medindo sua glicose e seu colesterol.
Pergunte ao seu médico como está sua CREATININA.
A Prevenção é sempre o melhor tratamento.

http://www.sbn.org.br/previna/creatinina.htm

ARTIGOS CIENTIFICOS


RIM E HIPERTENSÃO

Dr. Istênio F. Pascoal, médico nefrologista, Doutor em Nefrologia pela USP, Pesquisador Associado CNPq/UnB - Disciplinas de Nefrologia e de Obstetrícia da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília,Brasília-DF Décio Mion Jr, Doutor em Medicina e Chefe da Unidade de Hipertensão Arterial do Hospital das Clínicas,disciplina de Nefrologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, (USP)
INTRODUÇÃO
O rim e a hipertensão arterial interagem de maneira íntima e complexa. O debate se a hipertensão é a causa ou a consequência da doença renal não tem apenas importância acadêmica. No exame de um caso isolado, muitas vezes é difícil determinar se o rim está originando ou sendo vítima da hipertensão, evidenciando que etiologias diferentes podem ser clínica e laboratorialmente superponíveis. Não obstante, a hipertensão é agora citada como causa da insuficiência renal de 25% dos pacientes iniciando tratamento dialítico crônico nos EUA. Diálise e transplante são terapêuticas extremamente dispendiosas e a prevenção da lesão renal associada à hipertensão assume também grande importância econômica.
Enquanto a hipertensão primária tem sido atribuída, em parte, a alterações intrínsecas no manuseio renal de sódio, a hipertensão secundária é mais comumente causada por doença renal parenquimatosa. Hipertensão sistêmica, seja primária ou secundária, é o fator de risco mais importante para a perda progressiva da função renal. Ademais, a grande maioria dos pacientes com doença renal desenvolve ou agrava a hipertensão sistêmica à medida que a função renal diminui.
A principal repercussão morfológica renal da hipertensão é genericamente denominada nefroesclerose, que pode ser caracterizada como benigna ou maligna. Enquanto a progressão da insuficiência renal é dramaticamente rápida em pacientes com hipertensão maligna não tratada, o curso do envolvimento renal na hipertensão benigna é muito variável, embora quanto mais intensa e duradoura a hipertensão, tanto mais grave a lesão e o consequente impacto sobre a função renal.
A via pela qual a hipertensão lesa o rim ainda não está completamente conhecida. Poderia ser através do aumento da espessura arteriolar e diminuição do lumen - levando à isquemia e glomeruloesclerose - ou pelo aumento da pressão intraglomerular, que igualmente pode causar glomruloesclerose. De maior interesse é que enquanto o curso da doença renal é acelerado na vigência de hipertensão arterial persistente, a diminuição da pressão arterial retarda, e algumas vezes previne, a perda da função renal.
II - RIM COMO CAUSA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL PRIMARIA
A pressão arterial e determinada pelo debito cardíaco e a resistência periférica total. Hiper-reatividade cardíaca, resultando em aumento do débito cardíaco, e hiper-reatividade vascular, causando aumento da resistência periférica total, são os cenários fisiopatológicos presentes, em diferentes combinações e intensidades, nas diversas formas de hipertensão arterial. Vários fatores genéticos e ambientais, atuando sobre muitos órgãos e sistemas, têm sido implicados na gênese da hipertensão. Múltiplas anormalidades na função renal parecem ter papel crítico no início, no desenvolvimento e na manutenção da hipertensão primária, a saber:
a) Sódio e volume
Desde ha muitos anos, alteração no manuseio renal de sódio tem sido implicada na patogenese da hipertensão primaria humana. Em 1963, Ledigham e Cohen(2) propuseram que a hipertensão seria iniciada por uma expansão do volume plasmatico e do liquido intersticial. Isto resultaria em aumento da pressão venosa central, do debito cardíaco e, finalmente, dos níveis da pressão arterial. Este estado hipertensivo, recém desenvolvido, aumentaria a diurese visando a impedir o acumulo posterior de liquido extracelular. Subsequentemente, ocorreria aumento na resistência vascular periférica e o debito cardíaco tenderia a voltar ao normal, transformando a fase crônica da hipertensão em um processo mediado predominantemente pelo aumento da resistência vascular periférica. A necessidade de maior pressão de perfusão renal para excretar a carga de sal e água aumentada, devido a algum defeito renal desconhecido, tornaria alguns indivíduos susceptíveis ao desenvolvimento de hipertensão. Experimentos de transplantação cruzada, nos quais rins transplantados de animais hipertensos induziram hipertensão em animais previamente normotensos, enquanto rins de doadores normotensos normalizaram a pressão arterial em receptores hipertensos(3), aumentaram a crença da importância do rim na gênese da hipertensão. Guyton et al(4) ampliaram estes conceitos e sugeriram que a hipertensão primaria e caracterizada por anormalidades no fenômeno de natriurese pressorica, isto e, inicialmente haveria uma inabilidade do rim em excretar um volume adequado de urina, na vigência de níveis normais da pressão atrelai. Assim, o fluido se acumularia no corpo, ate que a pressão arterial aumentasse o suficiente para balancear a excreção com a ingesta de líquidos. A elevação da pressão arterial sistêmica aumentaria o fluxo sangüíneo para virtualmente todos os tecidos do corpo. Em resposta, um mecanismo local de controle do fluxo sangüíneo (mecanismo de autorregulação) aumentaria a resistência vascular periférica, restaurando a normalidade da perfusão.
O preço biológico para esta adaptação chama-se "hipertensão arterial". Mais recentemente, Brenner et al(5) consideraram a reduzida capacidade de excreção renal de sódio, e o consequente desenvolvimento de hipertensão arterial, como sendo uma resposta adaptativa a diminuição congênita do numero de nefrons funcionantes, a semelhança do que ocorre na doença renal adquirida ou na ablação renal cirúrgica. Uma vez estabelecida a hipertensão, outros fatores, tais como aumento da resistência vascular periférica e alterações estruturais na vasculatura renal e extrarrenal, tendem a perpetuar o processo e tornar a hipertensão arterial mantida.
b) Sistema renina-angiotensina
O sistema renina-angiotensina clássico consiste de renina produzida pelo rim, do substrato da renina (angiotensionogenio) produzido pelo fígado, e da enzima conversora da angiotensina (ECA), localizada nos pulmões. Sabe-se agora que muitos tecidos contem renina, angiotensinogenio e ECA e podem sintetizar angiotensina II, independentemente da renina e seu substrato circulantes. Eles agem localmente como fatores de crescimento, neurotransmissores e constritores do músculo liso. Genericamente, a secreção de renina pelo rim e estimulada quando ocorre diminuição da volemia, da pressão arterial sistêmica ou do liquido corpóreo total. Os mecanismos intrarrenais primários que regulam a liberação de renina, sob circunstancias fisiológicas normais, são 1) a carga de cloreto de sódio na macula densa, e 2) o sensor barorreceptor da arteriola aferente. Ambos os mecanismos funcionam em cada nefron, o qual regula a liberação de renina do seu próprio aparelho justaglomerular. Baixa concentração de cloreto de sodio na macula densa e baixa pressão aferente estimulam a liberação de renina. De acordo com Sealey e Laragh(6), muitos pacientes com doenca hipertensiva exibem um defeito no qual a secreção de renina nao diminui em resposta a uma dieta hiperssodica ou face a persistente elevação da pressão arterial media. Em contraste, individuos normais prontamente reduzem a secreção renal de renina para niveis muitos baixos mediante a ingestao de sal ou mesmo discreta elevação da pressão arterial. Assim, um nivel normal de renina plasmatica pode ser considerado "inapropriado" ou francamente anormal em um individuo hipertenso. Apenas 20% dos pacientes com hipertensão primaria respondem a estes estimulos com marcada supressão de renina, como fazem os individuos normais. Uma hipotese atraente para esta elevação inapropriada de renina e a da "heterogeneidade do nefron". De acordo com esta teoria, uma subpopulação de nefrons isquemicos devido a estreitamento da arteriola aferente, nao excreta sal adequadamente e secreta renina continuamente. O nivel inapropriado de renina, assim gerado, poderia perturbar a natriurese adaptativa dos nefrons vizinhos. A situação resultante, em que ha elevada retenção de sodio para o nivel de renina plasmatica, isto e, um produto sodio-renina plasmatica elevado, poderia provocar hipertensão. A correção da hipertensão pelo uso de agentes que bloqueiam angiotensina II (inibidores da ECA) ou suprimem a secreção de renina renal (betabloqueadores), são evidencias adicionais de que este mecanismo pode participar da genese da hipertensão essencial.
c) Sensibilidade a sal
Alterações no balanco de sodio e do volume do liquido extracelular tem efeitos diferentes em individuos normais e hipertensos. Embora a maioria dos estudos populacionais nao assegure evidencias consistentes para uma relação causal entre sal e hipertensão, alguns deles sugerem que o sal, se nao suficiente, pode ser necessario para o desenvolvimento de hipertensão. Mesmo quando respostas individuais são examinadas, observa-se que a pressão arterial de alguns individuos responde a manipulação dietetica de sodio (sal-sensiveis), enquanto a de outros nao (sal-resistentes)(7,8). Embora diferentes criterios tem sido utilizados para definir a "sensibilidade a sal", algumas caracteristicas populacionais tem sido identificadas e alguns mecanismos fisiopatogenicos sugeridos. Individuos sensiveis a sal tendem a ser mais velhos, ter niveis mais baixos de renina plasmatica e elevação dos niveis de catelocaminas plasmaticas ou urinarias(9). Tem sido proposto que alteração no manuseio renal de sodio pode ser responsavel pela sensibilidade a sal, mas esta possibilidade nao esta ainda convincentemente demonstrada. Em pessoas saudaveis e em animais de experimentação a restrição dietetica de sal tende a aumentar e a sobrecarga de sal tende a diminuir os niveis plasmaticos de norepinefrina, enquanto que em pacientes com hipertensão "sensivel a sal" os niveis de norepinefrina nao são suprimidos durante sobrecarga de sal. Estes achados sugerem que a ausencia de supressão da atividade simpatica pode contribuir para a sensibilidade a sal. Igualmente, um desbalanco entre norepinefrina (anti-natriuretica) e dopamina (natriuretica) poderia contribuir. A maioria dos pacientes com hipertensão sensivel a sal nao aumenta a excreção urinaria de dopamina frente a uma dieta hipossodica(10). Finalmente, parece ser o cloreto, mais do que o sodio, o responsavel pelo aumento na pressão arterial.
d) Sistema nervoso simpatico renal
Ha abundante inervação adrenergica no rim, incluindo arteriolas aferente e eferente, tubulos proximal e distal, alca ascendente de Henle e aparelho justaglomerular. Ainda, o sistema nervoso simpatico renal modula a liberação de renina via receptores beta-adrenergicos e controla a hemodinamica renal via receptores alfa-adrenergicos. Aumento na atividade do simpatico renal poderia contribuir para a genese da hipertensão arterial atraves de varios mecanismos : aumentando a reabsorção tubular de agua e sodioaumentando a secreção de renina e a formação de angiotensina II, aumentando a resistencia vascular renal e reduzindo o ritmo de filtração glomerular. Um aumento primario da atividade do simpatico renal poderia produzir retenção de sodio por multiplos mecanismos. Efetivamente, a atividade do simpatico renal esta aumentada em varios modelos de hipertensão experimental(11). Denervação renal resulta em elevação na excreção de sodio, alem de retardar o desenvolvimento ou atenuar a magnitude da hipertensão se praticada antes do inicio da hipertensão(12). Varios achados em hipertensão humana implicam o sistema nervoso simpatico nesta cadeia patogenetica. Ha uma resposta vasodilatadora renal aumentada a administração de antagonistas de alfa-adrenorreceptor dentro da arteria renal. Pacientes com hipertensão primaria tambem apresentam niveis elevados de norepinefrina na veia renal(13). Finalmente, individuos uremicos hipertensos tem atividade aumentada do sistema nervoso simpatico periferico(14). Assim, varias linhas de evidencia sugerem um importante papel para a inervação simpatica renal na patogenese da hipertensão primaria.
e) Mecanismos hipotensores renais
Desde 1936 inumeros estudos foram realizados para avaliar o mecanismo pelo qual a remoção de ambos os rins causa hipertensão sistemica (hipertensão renopriva). Alguns dados sugeriram que este efeito se devia a ausencia da ação vasodilatadora normal de varias substancias sintetizadas pelo rim(15), enquanto outros indicavam que a pressão arterial aumentava devido a inevitavel retenção de volume (hiperhidratação). Enfim, quais as razoes porque a presenca de tecido renal mantem a pressão arterial normal e sua ausencia causa hipertensão ? Varias possibilidades existem, mas a unica com embasamento experimental suficiente e a da produção de substancias vasodilatadoras pelo rim normal, na ausencia das quais a pressão arterial se eleva. Prostaglandinas, o sistema cinina-calicreina e, mais recentemente, os fatores relaxantes derivados do endotelio (EDRFs), agindo isolada ou combinadamente, são, atualmente, os melhores candidatos para essa função.
f) Modelos experimentais
Modelos geneticos de hipertensão experimental tem sido desenvolvidos com o objetivo de mimetizar a patogenese da hipertensão primaria humana. Os mais comumente usados são as cepas de ratos espontaneamente hipertensos (SHR - spontaneously hypertensive rats) e Dahl sensivel a sal. Os ratos do modelo SHR desenvolvem hipertensão sem necessidade de manobras adicionais tais como sobrecarga de sal, e apresentam complicações em orgaos alvos. A semelhanca da hipertensão primaria humana, a patogenese da hipertensão no SHR parece ser heterogenea : anormalidades celulares, no sistema nervoso central, neurohumoral e renais tem sido observadas. E um modelo com renina normal e resistente a sal. A despeito do debate sobre a aplicabilidade do SHR a hipertensão humana, este modelo tem sido muito util na avaliação dos efeitos anti-hipertensivos de muitas drogas(16). A cepa Dahl sensivel a sal foi desenvolvida em 1961. Ao contrario do SHR, fatores ambientais, alem de geneticos estao envolvidos no desenvolvimento da hipertensão(17). Aumento na ingesta de sal e necessario a rapida e completa expressão da hipertensão e este fato tem conferido um papel central ao rim. Como seria esperado, em vista da dependencia de sodio, este e um modelo experimental com renina baixa. Um novo modelo de hipertensão arterial sistemica tem sido obtido em ratos atraves da inibição cronica da sintese do oxido nitrico, que parece ser o principal fator relaxante derivado do endotelio(18,19). A administração continua de Nitroarginina, que bloqueia a sintese do oxido nitrico, causa hipertensão arterial, vasoconstricção e hipoperfusão renal, queda do ritmo de filtração glomerular, aumento dos niveis plasmaticos de renina, aumento da atividade simpatica renal(20), obliteração arteriolar focal e necrose fibrinoide do glomerulo(19).
III - RIM COMO CAUSA DE HIPERTENSÃO SECUNDARIA
Em 1914, Volhard e Fahr achavam que todos os casos de hipertensão eram secundarios a doenca renal. Esta hipotese foi amplamente aceita ate os anos 40, quando Talbott e Smith relataram que o dano renal era consequencia, mais do que causa, de hipertensão primaria. Como visto acima, esta interrelação permanece controversa, mas, sem duvida, o rim exerce grande influencia na maioria dos casos de hipertensão. Um defeito na função renal quase certamente esta envolvido na patogenese da hipertensão primaria, enquanto a insufiencia renal cronica e a causa mais comum de hipertensão secundaria. Diferentes formas de acometimento renal geram hipertensão sistemica por diferentes mecanismos.
a) Doenca renal parenquimatosa
A associação entre hipertensão e doenca renal cronica tem sido reconhecida desde o trabalho pioneiro de Richard Bright no Guy's Hospital em 1836. A doenca renal cronica e a causa mais comum de hipertensão secundaria (2 a 5%), a qual ocorre em aproximadamente 80% dos pacientes com insuficiencia renal cronica. Esta alta incidencia de hipertensão torna-se critica porque mais da metade dos pacientes em programa dialitico morre de causa cardiovascular, especialmente no primeiro ano de tratamento. A rigor, todas as formas de doenca renal parenquimatosa podem causar ou agravar a intensidade da hipertensão pre-existente e, por seu turno, a hipertensão pode contribuir para a progressão da propria doenca renal.
Varios fatores contribuem para a patogenese da hipertensão em pacientes com doenca renal parenquimatosa. Expansão do volume intravascular e o componente fisiopatologico mais importante, o que torna a restrição dietetica de sal ou a administração de diureticos (ou tratamento dialitico, quando indicado) cruciais no manuseio da hipertensão destes pacientes. O sistema renina-angiotensiva participa em alguns casos. Nestes pacientes, frequentemente se observam niveis plasmaticos de renina e angiotensina II inapropriadamente elevados para seu estado de repleção volemica e a pressão arterial pode ser efetivamente reduzida, na maioria das vezes, com o uso de inibidores da ECA, bloqueadores da angiotensina II ou a realização de nefrectomia bilateral. Os niveis plasmaticos de norepinefrina e a atividade simpatica periferica estao elevados, o que implica tambem o sistema nervoso autonomo na genese da hipertensão. Redução do tonus dopaminergico central e da atividade barorreceptora, e aumento na concentração intracelular de calcio e nos niveis plasmaticos de B-endorfina e B-lipotropina, observados na maioria dos pacientes uremicos, são potencialmente responsaveis pela exacerbação da atividade nervosa simpatica. Mais recentemente, o papel do endotelio vascular tem sido enfatizado na hipertensão da doenca renal parenquimatosa, evidenciado principalmente por anormalidades nos vasodilatadores endogenos - como oxido nitrico - e nos niveis plasmaticos de endotelina. A inibição cronica do oxido nitrico causa intensa vasoconstricção renal e aumento na atividade do sistema nervoso simpatico renal(20).
Alem disso, a sintese de oxido nitrico pode ser inibida por um composto endogeno (N-N-dimetil-arginina), o qual se encontra elevado em pacientes uremicos sob tratamento dialitico. Os niveis sericos de endotelina, o mais potente vasoconstrictor isolado ate agora, se encontram elevados em pacientes hipertensos com insuficiencia renal cronica e se correlacionam com a intensidade da hipertensão(21). Eritropoetina recombinante humana, atualmente utilizada no tratamento da anemia de pacientes com doenca renal cronica, pode piorar a hipertensão e aumentar a necessidade de drogas anti-hipertensivas. Este efeito, entretanto, nao e observado em pacientes recebendo eritropoetina por outras razoes, sugerindo que a doenca renal cronica pode conferir uma susceptibilidade particular a ação hipertensiva da eritropoetina. Ademais, quanto mais intensa a anemia e mais rapida a sua correção, maior a incidencia da hipertensão induzida pela eritropoetina recombinante humana e sua patogenese provavelmente e resultante de aumentada responsividade vascular a norepinefrina e angiotensina II e a aumento da concentração intracelular de calcio e da secreção de endotelina(22). Blaustein(23) e Maxwell(24) tem proposto que a hipertensão na insuficiencia rnal cronica e devida a presenca de um inibidor circulante do transporte celular de sodio, o qual aumentaria os niveis de calcio intracelular, como faria tambem o PTH elevado, devido ao hiperparatiroidismo secundario(25).
b) Modelo experimental
O modelo experimental mais aproximado desta condição clinica e a redução de massa renal associada a sobrecarga de sal. Este modelo pode ser desenvolvido em varias especies, mas ratos e caes são os mais comumente utilizados. Aproximadamente 5/6 de ablação da massa renal e necessaria para se observar evidencias bioquimicas de insuficiencia renal. Este grau de redução de massa renal, per se, resulta em apenas discreto aumento da pressão arterial. A exacerbação dos niveis pressoricos requer um excesso de sal na agua de beber ou na dieta. Este modelo e outro exemplo de hipertensão sodio-dependente, com renina baixa. Embora a retenção de sodio seja o mecanismo primario deste modelo, outros fatores, como a ativação do sistema nervoso simpatico, do sistema arginina-vasopressina e a diminuição da liberação de substancias vasodilatadoras pelo rim, podem estar envolvidos.
c) Hipertensão renovascular
A elevação persistente da pressão arterial causada por estenose, constricção ou lesões na vasculatura de um ou ambos os rins e genericamente chamada de hipertensão renovascular. Sumariamente, a hipertensão renovascular pode afetar menos de 1% de uma população hipertensa nao selecionada e ate 30% de pacientes referidos para centros especializados. E a causa mais comum de hipertensão potencialmente curavel. Em grande medida a hipertensão e resultante de hiperatividade do sistema renina-angiotensina, o qual exerce ações sistemicas e intrarrenais intensas e duradouras(26).
d) Nefropatia diabética
Diabetes mellitus é uma causa comum de isuficiência renal crônica em todo o mundo, senso listada como a mais comum nos EUA. A prevalência de hhipertensão em diabetes tem sido estimada entre 30% e 80%, dependendo da idade do paciente e do tipo e duração do diabetes. Embora os níveis da pressão arterial em pacientes diabéticos com nefropatia sejam mais elevados que aqueles sem nefropatia, a hipertensão não está necessariamente associada à presença da nefropatia. Pacientes diabeticos sem nefropatia, tem duas vezes a prevalencia de hipertensão de nao diabeticos. Isto e particularmente verdadeiro no diabetes tipo II (nao insulino-dependente). Nos pacientes com diabetes tipo I (insulino-dependente) a hipertensão frequentemente se restringe aqueles que desenvolvem nefropatia, o que ocorre em cerca de 30% dos casos. As observações de Ferranini et al(28), de que a captação de glicose induzida pela insulina esta comprometida em pacientes jovens com hipertensão primaria, tem aumentado a possibilidade de que a resistencia a insulina possa mediar a hipertensão em alguns pacientes com hipertensão primaria ou hipertensão relacionada ao diabetes.
Exatamente como isto ocorre ainda nao esta claro, embora as possibilidades incluem aumento na reabsorção de agua e sodio e hiperatividade simpatica mediadas pela insulina, bem como aumento na disponibilidade de calcio intracelular. A insulina parece ter um efeito vasodilatador direto e a resistencia a este efeito tambem poderia contribuir para a elevação da pressão arterial.
III - RIM COMO VITIMA DA HIPERTENSÃO
O virtual desaparecimento da hipertensão maligna nos paises desenvolvidos causou um correspondente declinio na incidencia da uremia caracteristica desta forma de hipertensão. Em consequencia, a atenção tem sido orientada para os riscos residuais do dano renal associado com a mera elevação da pressão arterial. Aproximadamente 25% dos pacientes que iniciam programa de dialise atualmente tem nefropatia hipertensiva, definida como insuficiencia renal na qual hipertensão arterial e o unico fator etiologico conhecido, sendo esta incidencia ainda maior se considerarmos apenas pacientes da raca negra. De interesse, praticamente todos estes casos poderiam ser prevenidos, ou ter sua incidencia reduzida significantemente, mediante o adequado controle da pressão arterial.
a) Mecanismos da lesão renal causada por hipertensão sistemica
A hipertensão causa dano renal por multiplos mecanismos, os quais podem variar nas diferentes formas de lesão renal. Um dos mais conhecidos mecanismos e o da isquemia, no qual um estado de hipoperfusão renal causa atrofia isquemica do parenquima e, as vezes, esclerose glomerular. Este mecanismo e o principal fator operante na hipertensão renovascular. Em contraste, naqueles pacientes com hipertensão secundaria a doenca renal intrinseca, hiperperfusão e hipertensão glomerular desempenham um papel patogenetico mais importante.
Inumeros modelos animais de doenca renal hipertensiva tem sido utilizados para ilustrar os diferentes padroes de hemodinamica glomerular que contribuem para a obsolescencia dos glomerulos. A resistencia arteriolar aferente usualmente determina o grau de transmissão da pressão sistemica para a rede capilar glomerular. A resposta autoreguladora do rim normal a uma elevação da pressão de perfusão e um aumento eficiente na resistencia arteriolar aferente (pre-glomerular), tal que a pressão sistemica aumentada nao seja completamente transmitida ao glomerulo. Entretanto, em alguns casos, vasodilatação arteriolar aferente (ou inabilidade para contrair) pode comprometer a capacidade do rim em contrapor-se a hipertensão sistemica, que e entao livremente transmitida para o interior do glomerulo, resultando em hipertensão capilar glomerular (fig. 1). As manifestações renais da hipertensão primaria são muito proximas daquelas observadas em ratos espontaneamente hipertensos (SHR). Nos SHR, apesar da elevada hipertensão sistemica, vasoconstricção arteriolar aferente impede a excessiva transmissão de fluxo e pressão para o glomerulo e a pressão capilar glomerular permanece relativmante normal. A despeito da hipertensão sistemica, a lesão renal e discreta e tardia. Em humanos, uma situação fisiopatologica similar de hipertensão sistemica com pressão capilar glomerular normal poderia explicar a incidencia relativamente baixa de doenca renal terminal entre os pacientes com hipertensão primaria. Ao contrario da vasoconstricção aferente proterora encontrada nos SHR, muitas formas de doenca renal intrinseca são caracterizadas por vasodilatação arteriolar aferente, o que expoe o rim ao risco de dano glomerular adicional na vigencia de hipertensão sistemica.
A importancia da vasoconstricção arteriolar aferente, em conferir proteção para a microvasculartura glomerular, esta claramente demonstrada em situações nas quais um estimulo vasodilatador renal especifico se associa a hipertensão sistemica.
A ablação parcial de massa renal, a ingestao de dieta hiperproteica e a interposição do estado gestacional tem em comum o efeito de diminuir a resistencia arteriolar aferente, e assim, facilitar a transmissão da pressão sistemica diretamente para a rede capilar glomerular. Nós avaliamos a influencia diferencial da hipertensão sobre o curso da nefropatia induzida pela adriamicina entre ratas virgens e gravidas (29). A gravidez, per se, nao alterou a evolução da nefropatia em ratas normotensas.
Em ratas virgens, a hipertensão arterial acentuou apenas moderadamente as alterações morfologicas renais. Entretanto, a hipertensão arterial agravou e acelerou o curso da nefropatia em ratas gravidas. Em suma, as alterações renais foram substancialmente mais pronunciadas nas ratas gravidas hipertensas, quando comparadas com gravidas normotensas ou virgens hipertensas, o que estabelece uma inequivoca associação entre a interposição da gravidez e o efeito deleterio da hipertensão arterial sobre a evolução desta forma de nefropatia experimental.
A redução da pressão capilar glomerular por intervenção farmacologica(30) ou dietetica(31) consistentemente diminui a velocidade de perda da função renal e limita o desenvolvimento de proteinuria e glomeruloesclerose. Este padrao hemodinamico glomerular - vasodilatação aferente e hipertensão capilar glomerular - provavelmente esta presente na nefropatia diabetica e outras doencas renais progressivas em seres humanos. Entretanto, outros mecanismos adicionais de lesão renal podem agir sinergicamante com o aumento da pressão capilar glomerular para acelerar a doenca renal. O papel potencial da hipercolesterolemia, como fator de risco para a progressão da doenca renal, tem sido enfatizado mais recentemente.
Suplementação dietetica de colesterol agrava a doenca renal em modelos experimentais, enquanto a terapeutica farmacologica hipolipemiante retarda sua progressão. Em estudos examinando os efeitos aditivos potencias da hipertensão e hipercolesterolemia, a combinação induziu mais lesão glomerular do que qualquer fator isoladamente. A presenca de material fibrinoide no interior do glomerulo, em muitas formas de lesão renal, sugere que a lesão glomerular pode ser tambem causada por disfunção da celula endotelial. Alem disso, a elevação da pressão capilar glomerular aumenta o trafego de macromoleculas para a regiao mesangial, o que estimula a sintese de componentes da matriz.
É importante reconhecer, entretanto, que a influencia da pressão arterial sobre a progressão da insuficiencia renal pode variar de acordo com a natureza da lesão renal primaria, como ocorre com a prevalencia da propria hipertensão.
b) Hipertensão como causa de doenca renal progressiva
Varias alterações morfologicas, coletivamente chamadas de nefroesclerose, tem sido encontradas nos rins de pacientes com hipertensão primaria. Dois grandes estudos populacionais avaliaram a incidencia e implicações prognosticas destas lesões. Dados do Multiple Risk Factor Intervention Trial (MRFIT) mostram que aproximadamente 6% dos pacientes hipertensos nao tratados apresentaram declinio na função renal que os coloca em risco significante para o desenvolvimento de insuficiencia renal cronica.
Este risco e maior se forem considerados os pacientes idosos, de cor negra ou que apresentaram niveis mais elevados de pressão arterial. Mais importante, a redução da pressão arterial para niveis inferiores a 150/95mmHg diminui este risco(32). Entretanto, no outro estudo, o Hypertension Detection and Follow-up Program (HDFP), o beneficio apos 2 anos de tratamento foi indistinguivel entre a população branca ou preta, embora os homens pretos tiveram maior risco do que homens brancos(33). Ambos, o MRFIT e o HDFP, indicam que a maior contribuição para o desenvolvimento de insuficiencia renal cronica vem do segmento da população hipertensa com pressão arterial diastolica entre 95 e 115 mmHg, embora proteção significativa da função renal tenha sido obtida com a redução da pressão arterial em qualquer nivel.
c) Hipertensão acelerando a progressão da insuficiencia renal
Ha uma correlação entre o nivel da pressão arterial e a progressão da insuficiencia renal. Por outro lado, independentemente do tipo de doenca renal, a incidencia e a intensidade da hipertensão aumentam pregressivmante a medida que a função renal deteriora, de tal forma que virtualmente todos os pacientes com insuficiencia renal cronica estao hipertensos quando iniciam o tratamento dialitico. Ha sugestivas evidencias de que o tratamento da hipertensão retarda a progressão da insuficiencia renal na fase pre-dialitica e reduz a incidencia de eventos cardiovasculares na vigencia do tratamento dialitico(34). O que nao esta claro, entretanto, e se uma classe especifica de drogas oferece maior proteção renal do que outras e se a diminuição da pressão arterial para valores abaixo dos normalmente aceitos (90mmHg - diastolica), conferiria qualquer proteção adicional, sem consequencias indesejaveis.
d) Efeito da terapeutica anti-hipertensiva sobre a progressão da doenca renal
Embora tem sido aceito que o tratamento da hipertensão retarda o desenvolvimento e/ou a progressão da insuficiencia renal, cuidadosa documentação em seres humanos ainda é limitada e os resultados, em parte, conflitantes.
Hipertensão primaria - Rostand et al (35) examinaram se o tratamento da hipertensão primaria previne o risco de desenvolvimento de insuficiencia renal. Eles observaram que a função renal foi preservada em 85% dos 94 pacientes nos quais a hipertensão foi tratada. Entretanto, a deterioração da função renal observada em 15% dos pacientes nao diferiu entre a aqueles com hipertensão controlada ou nao. Tonsom et al (36) seguiram 176 pacientes com hipertensão primaria cuidadosamente diagnosticada. A função renal e a pressão arterial foram checadas apos 5 e 14 anos de seguimento. Apenas 6 pacientes apresentaram discreto aumento da creatinina apos 5 anos (reversivel em 3) e nenhum paciente desenvolveu insuficiencia renal terminal apos 14 anos, apesar de aproximadamente metade dos pacientes nao ter tido controle adequado da hipertensão. Este ultimo estudo sugere que a progressão para insuficiencia renal em pacientes com hipertensão primaria e um evento raro. Uma razao para estas discrepancias pode ser o registro casual da pressão arterial realizado em todos os estudos acima. Esta agora claro que em muitos individuos, talvez na maioria, a leitura instantanea da pressão arterial pode nao ser representativa das 24 horas do dia. Ademais, o padrao de variação da pressão arterial ao longo do dia se altera precocemente no curso da insuficiencia renal, com perda (ou atenuação) da queda noturna habitual. Assim, a carga da pressão arterial ao longo das 24 horas pode ser maior (ou menor) do que aquela inferida da medida instantanea. O advento de aparelhos portateis de medida de pressão arterial continua pode clarear, nos proximos anos, a relação entre pressão arterial e progressão de insuficiencia renal.
Doenca renal primaria - Portadores de doenca renal primaria podem experimentar um gradual declinio do ritmo de filtração glomerular com a idade, como acontece com individuos normais, mas parece ocorrer uma aceleração da progressão da doenca renal na presenca de hipertensão diastolica persistente. No estudo HDFP(33), que seguiu 10940 pacientes hipertensos por 5 anos, apenas 5.8% dos pacientes entraram no estudo com elevação da creatinina serica. Deterioração posterior da função renal foi observada em 2,5% destes pacientes como um todo, mas em 22,7% daqueles que nao tiveram controle adequado da pressão arterial.
e) Ação diferencial de drogas anti-hipertensivas sobre a progressão da doenca renal
Os estudos em modelos animais sugerem que a transmissão da hipertensão sistemica para o interior do glomerulo altera a hemodinamica intrarrenal, causando glomeruloesclerose focal ou agravando uma doenca renal pre-existente. Estes resultados tem sido de grande influencia sobre a terapeutica anti-hipertensiva disponivel, que agora objetiva diminuir tanto a pressão sistemica quanto a pressão intraglomerular. Consequentemente, os inibidores da ECA tem se tornado importantes agentes anti-hipertensivos desde que eles atingem ambos os objetivos, pelo menos em modelos animais. A avaliação destes efeitos em seres humanos e necessariamente indireta e ainda limitada, mas em estudos nao controlados tanto os inibidores da ECA quanto os bloqueadores de canais de calcio tem se mostrado uteis em diminuir a velocidade de progressão da doenca renal. Ruilope et al(37) mudaram a medicação em 10 pacientes com varias formas de doenca renal parenquimatosa de propanolol/hidralazina/furosemide para captopril. O controle da pressão foi similar, mas houve maior proteção renal com captopril. Similarmente, um estudo randomizado mostrou que a adição de benazepril ao tratamento de pacientes com doença renal não diabética diminuiu o risco de progressão da insuficiência renal. Entretanto, um estudo prospectivo recente demonstrou progressão da insuficiencia renal em pacientes tratados com enalapril(38). Outros estudos tem encontrado que estes agentes efetivamente retardam a progressão da doenca renal, mas parte deste efeito pode ser independente do controle da pressão arterial. Estudos mais completos, entretanto, tem sido realizados em portadores de nefropatia diabetica. Inumeros relatos evidenciam proteção renal com a maioria dos agentes que diminuem a pressão arterial(39,40). Entretanto, nem todos os agentes foram estudados suficientemente. Poucos dados são disponiveis sobre a preservação da função renal em pacientes diabeticos usando diureticos, alfa-agonista central, alfa-, beta- ou alfa-beta-bloqueador. Embora estas drogas possam ser eficazes, apresentam muitos efeitos colaterais e algumas são pouco toleradas, alem de nao apresentarem efeito intrarrenal especifico em modelos de diabetes experimental. O beneficio potencial dos inibidores da ECA, em prevenir o desenvolvimento ou retardar a progressão da nefropatia diabetica, tem sido demostrado em estudos clinicos e experimentais, mesmo na ausencia de hipertensão arterial sistemica(41,42). Embora os bloqueadores dos canais de calcio nao tenham efeitos hemodinamicos intrarrenais favoraveis, quando avaliados em modelo animal(46), o beneficio clinico destas drogas parece comparavel aqueles dos inibidores da ECA, particularmente em pacientes com nefropatia diabetica ja estabelecida(45). Presentemente, os inibidores da ECA constituem a opção como agente anti-hipertensivo inicial em pacientes diabeticos(43,44,). O nivel ideal para o qual a pressão rarterial deve ser reduzida, ainda nao esta definido. Os valores padronizados pela OMS para definir hipertensão (160/95 mmHg) provavelmente são muito elevados para um rim sob risco. Evidencias epidemiologicas sugerem que a pressão arterial diastolica inferior a 75-80 mmHg parece ser o alvo desejado.


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